«Tornou-se insuportável a situação da Objectiva, editora que chancela todos os meus livros disponíveis. A ausência dos livros no mercado, durante quase seis meses, e a opção por uma nova distribuidora que é especialista em revistas e absolutamente despreparada para a realidade livreira, está a deixar-me no limite», escreve Valter Hugo Mãe na sua página oficial no Facebook. «Não suporto mais as infinitas perguntas acerca de como se podem conseguir livros meus, quando estes deveriam estar disponíveis em todo o lado, pelo interesse dos livreiros e pela procura generosa que têm merecido dos leitores ao longo dos anos. Sinto-me absolutamente decapitado pela minha editora e não poderei tolerar mais esta situação.»
A Relógio d'Água acaba de adquirir «os direitos para a edição, até 2018, de toda a obra de Clarice Lispector». Para além da reedição de vários títulos, já este ano serão lançados os romances Água Viva, O Lustre, Para não Esquecer e Um Sopro de Vida, assim como textos infanto-juvenis (A Mulher Que Matou os Peixes e A Vida Íntima de Laura, reunidos num só volume, e O Mistério do Coelho Pensante, Quase de Verdade e Como Nasceram as Estrelas). «De todo inesperados são os álbuns», acrescenta a editora, «que, sob pseudónimo, Clarice Lispector divulgou com conselhos dedicados às mulheres e que foram organizados pela professora Aparecida Nunes. É o caso de Correio Feminino e Só para Mulheres — Conselhos, Receitas e Segredos, em que é visível o estilo da autora e o seu interesse pela elegância feminina através de inúmeras sugestões práticas. Nestes textos, inicialmente publicados na imprensa a partir de 1940, Clarice aborda temas como a maternidade e a educação dos filhos, os tratamentos de beleza, o veneno para ratos, a escolha dos perfumes e os dilemas morais, passando do trivial ao transcendental com desconcertante à-vontade.»
«O primeiro livro sai em março. É uma seleção de crônicas de Ricardo Araújo Pereira, um dos grandes fenômenos do humor português, convidado do festival Risadaria deste ano, em São Paulo. Em seguida, é a vez do romance O retorno, de Dulce Maria Cardoso, considerado um dos livros de 2011 em Portugal pelo jornal Público e pelas revistas LER e Time Out. E, depois, E a noite roda, romance de estreia de Alexandra Lucas Coelho», pode ler-se no jornal O Globo, que cita na notícia os Prémios de Edição LER/Booktailors.
É o nome do projecto editorial liderado por José Tolentino Mendonça «que privilegiará o território da religião e da espiritualidade, não numa perspectiva confessional, mas na relação mais ampla e complexa com a cultura».
Nome de um «novo projecto editorial independente» criado por Carlos Barbosa, editor e proprietário da Estrofes & Versos. «Prometo traduções e literatura de qualidade. Prometo conteúdos interessantes e muito, muito trabalho», diz Carlos Barbosa. Como manifesto editorial, é intocável. Primeiros lançamentos aqui.
«Será uma editora brasileira e não uma sucursal de Babel portuguesa», adiantou Paulo Teixeira Pinto ao Público. Com a «operação montada» até ao final de 2010, a apresentação pública está prevista para «uma instituição pública brasileira também ligada à cultura e à língua portuguesa».
Editora e fundadora da Actual Editora, Sofia Ramos deixa agora o seu cargo no Grupo Almedina. «Os motivos prendem-se com uma reestruturação que irá acontecer nesta editora, que passou a fazer parte do Grupo Almedina em Agosto de 2008», lê-se no comunicado.
«O Ministério da Cultura irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a destruição de livros, que afinal é uma prática regular e generalizada.» Reacção de Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, sobre as recentes notícias de destruição de milhares de obras pelas editoras portuguesas. Miguel Esteves Cardoso também já cronicou sobre o assunto.
Afirmação de Isaías Gomes Teixeira, administrador-delegado do grupo editorial português. «Está em estudo a entrada muito em breve no mercado brasileiro de uma editora vocacionada para a área escolar.»
Na próxima quarta-feira, dia 20, por ocasião da sua rentrée literária, no Hotel Dom Pedro Palace, em Lisboa, a partir das 16h, com a presença dos directores editoriais Manuel Alberto Valente e Cláudia Gomes.
É o nome da nova chancela criada pelo Grupo Saída de Emergência. Eis o seu manifesto editorial:
Num momento em que o mercado se recusa a correr riscos e quase só aposta em livros de leitura fácil e venda garantida, a Saída de Emergência criou uma chancela que não vai em modas, nem em bestsellers, nem em imediatismos. A Camões & Companhia é uma casa para livros de culto. O nosso objectivo é simples: satisfazer leitores que se sentem prisioneiros de um mercado demasiado homogéneo. Publicar clássicos de hoje e clássicos de amanhã. E obras que foram boas há cem anos e que serão boas daqui a outros cem. Vamos ultrapassar barreiras e preconceitos de géneros literários, oferecendo um catálogo construído com base na qualidade e intemporalidade da obra e do autor. Com a Camões & Companhia a vida dos livros não terminará depois de serem lidos. Prometemos que vão encher a sua estante, surpreender as visitas, exigir releituras, resgatar memórias de bons momentos. Lançámos a nós próprios um desafi o exigente, contra-corrente e talvez comercialmente desinteressante, mas pelo qual vamos lutar em nome do maior tesouro: os livros de culto.
«A Assírio & Alvim está a desenvolver contactos para possibilitar aos leitores o acesso aos livros esgotados - aqueles que não tem intenção de reimprimir em papel - através de uma forma digital», afirma Vasco David.