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Editores

Decorreu em tom bastante aceso o debate na Casa Fernando Pessoa sobre «o que divide os editores», com Carlos da Veiga Ferreira, Tito Lyon de Castro, Rui Beja e Osvaldo Silvestre, moderado por Carlos Vaz Marques, e com a presença de muitos editores, jornalistas, professores e livreiros (Manuel Alberto Valente, Nelson de Matos, Guilherme Valente, A. Apolinário Lourenço, Manuel Frias Martins, João Galacho, Cristina Ovídio, Paulo Lopes, Rui M- Pereira, Francisco Belard, José Mário Silva, Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes). Infelizmente, muito esclarecedor mas pouco elucidativo. Parece ter ficado no ar a proposta de uma aliança ou fusão a médio prazo entre a UEP e a APEL, corporizada por Rui Beja, provável candidato à presidência da APEL para o próximo mandato -- mas, ouvindo as declarações de Tito Lyon de Castro, Guilherme Valente, Carlos da Veiga Ferreira, por exemplo, não parece viável. Cenas explosivas, confessionais, longos excursos sobre o associativismo de editores, narrativas sobre as guerras recentes, houve de tudo um pouco. Mas o retrato não foi edificante.

Como excepção, de primeira categoria, a intervenção de Osvaldo Silvestre, professor e editor (da Angelus Novus).

Grupo LeYa pode não participar na Feira do Livro

O Grupo LeYa (que agrupa a Caminho, Dom Quixote, Asa, Texto, Nova Gaia e Gailivro) poderá não participar na edição deste ano das feiras do livro de Lisboa ou do Porto.

Entretanto, a APEL emitiu há instantes o seguinte comunicado:

«Encerraram hoje de manhã as inscrições na 78.ª edição das Feiras do Livro de Lisboa e Porto, após um prolongamento especial dado aos associados da UEP para se inscreverem nos certames – de relembrar que a data inicialmente definida foi a de 30 de Abril último.
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros – APEL, responsável pela organização das Feiras do Livro, informa que, durante aquele período, registou a inscrição de associados da União de Editores Portugueses directamente na APEL, tendo a UEP feito chegar à organização inscrições relativas a 34 stands de um total de 190 stands que estarão na Feira do Livro de Lisboa, todos eles de modelo tradicional. Quanto à Feira do Livro do Porto, a APEL informa que contará com 90 stands, dos quais apenas 5 foram inscritos pela UEP.
Informa ainda que o Grupo Leya não se inscreveu em nenhuma das Feiras do Livro.»

Adenda: Desenvolvimento no site da SIC Notícias.

Diz tu, direi eu. Contestação APEL/LeYa

«Dez editores afectos à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre eles a Editorial Presença, Campo das Letras e Porto Editora, afirmam em carta aberta que "alguns editores da UEP, num movimento liderado pelo Grupo Leya, [têm] a intenção de transformar a Feira do Livro num acontecimento de características puramente comerciais". A carta é assinada também pela Âncora Editora, Areal Editores, Dislivro, Editorial Verbo, Grupo Dinalivro, Lidel, e Principia Editora.» Lusa.

Ver também Feira do Livro: APEL acusa UEP de "irresponsabilidade".

APEL toma posição sobre a Feira do Livro

Acabámos de receber o seguinte comunicado da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL):


«No quadro das nossas responsabilidades na organização das Feiras do Livro de Lisboa e Porto, lançámos no passado dia 14, segunda-feira, os respectivos processos de inscrição. Entretanto, os nossos colegas da UEP lançaram idêntico procedimento, numa atitude de irresponsabilidade, e que em nada contribui para a boa organização das feiras. Como é do conhecimento geral, as Feiras de Lisboa e Porto têm a preciosa colaboração das respectivas Câmaras Municipais não apenas quanto à cedência do espaço para a sua realização, como igualmente no apoio logístico, inscrevendo-se inclusivamente nas Festas das Cidades, e sendo dos mais relevantes acontecimentos culturais de Lisboa e Porto. Afirmando-se no comunicado da UEP que a Feira que supostamente pretendem organizar seria em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, tal se revela absolutamente falso, porquanto, ao que sabemos, a Câmara Municipal de Lisboa ainda não tomou qualquer decisão quanto à questão da organização da Feira. Temos a forte convicção que a decisão a tomar não poderá deixar de estar em consonância com as posições que vimos defendendo, enquanto organização de 77 Feiras do Livro, património de que muito nos orgulhamos, e com a participação de todos os editores que nela queiram participar. Relativamente à Feira do Livro do Porto, informamos estarmos a trabalhar em estreita ligação com a respectiva Câmara Municipal, que uma vez mais nos cedeu o Pavilhão Rosa Mota, naturalmente em regime de exclusividade, nada autorizando a UEP a lançar um processo de inscrições para um evento que nunca foi objecto de qualquer contacto entre as duas associações. Apesar da conflitualidade que não criámos, continuamos disponíveis para a renovação do protocolo com os nossos colegas da UEP que nos permitiu realizar as Feiras do Livro de Lisboa e Porto de 2003 a 2007 num quadro de pacificação do movimento associativo. Informamos igualmente que na Assembleia de Participantes da Feira do Livro de Lisboa, por nós convocada e ontem realizada, e que contou com a presença de dezenas de editores das duas associações, fomos mandatados para continuarmos a desenvolver os contactos com a Câmara Municipal de Lisboa e a UEP em ordem à boa realização da Feira. Na ocasião um conjunto de editores promoveram uma Carta Aberta sobre a feira do Livro de Lisboa [...] Aproveitamos para informar que os trabalhos de organização de ambas as feiras decorrem normalmente e que a data de abertura prevista é o dia 21 de Maio.»

A Carta Aberta da APEL sobre a Feira do Livro está disponível no Blogtailors.

APEL escreve à Câmara de Lisboa sobre a Feira. Aliás, vai haver feira?

O Blogtailors, de Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes, divulgou ao final da tarde de hoje a seguinte carta de António Baptista Lopes, presidente da APEL e enedereçada à Câmara de Lisboa:

«… informamos termos tomado conhecimento da iniciativa da União de Editores Portugueses (UEP) de solicitar a disponibilização do espaço referente ao Parque Eduardo VII, para os dias coincidentes com a realização da 78ª Feira do Livro de Lisboa, com vista à organização de uma feira do livro paralela da responsabilidade daquela entidade. Uma intenção que, sabemos também, motivou a UEP a convocar uma reunião com os seus associados para apresentar as resoluções tomadas.
Entendemos ser nosso dever alertar V. Exa. para os graves problemas que estas atitudes podem trazer para a realização e sucesso da 78ª Feira do Livro de Lisboa, agendada para o próximo mês de Maio, sobretudo se a Câmara Municipal de Lisboa deferir o pedido feito pela UEP. Problemas que, sublinhe-se, se agudizariam no próximo ano.
De facto, conceder à UEP espaço para a organização de um evento em simultâneo com a 78ª Feira do Livro de Lisboa potenciaria a desvalorização cultural da feira que os lisboetas tanto estimam. Pior, constituiria um precedente que se revelaria extremamente difícil de gerir e cujas consequências afectariam a feira deste ano mas também os trabalhos de organização da Feira do Livro de 2009.
Isto porque passaria a haver toda a legitimidade para que outras associações de livreiros, de distribuidores, de alfarrabistas ou similares também apresentassem à Câmara Municipal de Lisboa um pedido de espaço para organização de uma feira do livro em simultâneo. Tal problema poderia ser mesmo extensível a outros sectores e outro tipo de eventos em espaço público.
Não é, pois, nenhum exagero afirmar que uma eventual resposta positiva à pretensão da UEP representaria abrir “uma caixa de Pandora” que, para além de todos os constrangimentos e polémicas, resultaria na descaracterização de um evento que tão bem tem servido os lisboetas e a cidade de Lisboa.
De caminho, é pertinente sublinhar que, objectivamente, não há qualquer argumento substantivo para que a organização da Feira do Livro de Lisboa não seja da responsabilidade da APEL, como aconteceu em 77 edições do certame.
Ao longo dos anos, a APEL soube sempre honrar os compromissos assumidos, com o rigor e o sentido de responsabilidade que decorre de organizar algo que é comummente considerado como a verdadeira festa do livro e que constitui um património bem mais valioso que qualquer pretensão de determinado agente ou conjunto de agentes.
É com base na justeza dos argumentos apresentados que apelamos a V. Exa. para a cedência do Parque Eduardo VII num quadro de exclusividade à nossa associação, em nome do sucesso da 78ª Feira do Livro de Lisboa, que pretendemos realizar entre o dia 21 de Maio e 10 de Junho.
Por fim, informamos V. Exa., que a APEL e a UEP continuam a desenvolver contactos por forma a tentar contribuir para a resolução deste impasse.
Certos que o acima exposto mereça de V. Exa. a devida consideração, agradecemos a atenção dispensada e subscrevemo-nos,
António Baptista Lopes»

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