Sete razões para não escrever um romance, segundo Javier Marías
Primeira: há muitos romances e pouca gente a lê-los; segunda: escrever é uma atividade que não tem grande mérito nem mistério — poetas, filósofos, linguistas, apresentadores de televisão, treinadores de futebol, engenheiros, professores, padres, psiquiatras, soldados ou jornalistas, todos podem fazê-lo; terceira: não dá muito dinheiro...; quarta: escrever um romance não garante a fama ou a notoriedade – que vêm da televisão, por exemplo; quinta: também não confere imortalidade ou direito à posteridade; sexta: escrever um romances não é assim tão extraordinário para o ego; sétima: aquelas razões clássicas que movem ou caracterizam o trabalho do romancista, também não são tão especiais como se julga. Claro que há uma razão para o fazer. Está tudo num artigo da Three Penny Review, agora republicado pelo The Independent, de Londres.