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Editorial || Queimar livros não explica um país, mas explica os livros.

Em 1973 um jovem professor de literatura na cidade de Drake, estado do Dakota do Norte decidiu usar o romance ‘Matadouro Cinco’ (Bertrand), de Kurt Vonnegut, como material de leitura de uma das suas aulas. Resultado? Os 32 exemplares do livro de Vonnegut foram retirados das mesas dos alunos e foram queimados na fornalha do aquecimento central da escola, pelo diretor e pelo chefe da polícia. O caso deu que falar: houve protestos, mas houve também seguidores. A data assinalou-se há três semanas (a Banned Books Week) nos EUA, país onde livros de Hemingway, Faulkner, Steinbeck, Mark Twain, J.D. Salinger ou J.K. Rowling foram (e estão) proibidos em escolas e bibliotecas públicas. Queimar livros parece-nos um escândalo. E é. Mas ainda se pratica muito hoje em dia. O fervor religioso, político e “moral” dos censores e das autoridades em geral é um combustível perigoso para toda a espécie de insanidades.

[Publicado também aqui]