Dados os tons da capa, acho que o tema de fundo devia ser dedicado a Branquinho da Fonseca ou José Blanc de Portugal.
Em www.floresta-do-sul.blogspot.com, o escritor António Manuel Venda "repescou" uma entrevista que fez em 2004 à MRP. Também com direito a capa de revista. Neste caso, a PESSOAL.
Na Maxmen de Julho a capa é com a Orsi Fehér, mas a MRP abananou-me mais, na página 21.
"A EVITAR: Já sabe; cuecas velhas, desbotadas, largas, slips às cores ou com padrões feéricos à Kandinsky, e boxers com coelhinhos, renas, ratinhos, flores, etc. (...) Evite as parvoíces e as infantilidades, dentro e fora da cama. Usar boxers com bonecada é mesmo pedir para ser tratado como um miúdo parvo(...)".
Como uso boxers com bonecada, se a MRP me vir na praia e estiver com a roupa da capa da LER espero que não me leve a mal se eu lhe pedir um Cornetto ou um Calippo.
Ainda ninguém percebeu que os responsáveis da LER devem-se estar a congratular por terem conseguido precisamente o que queriam com este terceiro número da revista? Polémica.
Foi o nobel, o nobilizável e a MRP. Só para chatear. E chatearam e o pessoal deixa-se ir nestas conversas.
está a falar com conhecimento de causa, depois de ter lido a revista ou é só uma atoarda? gostava de saber se o seu ponto de vista é fundamentado para saber se deverei tê-lo em conta quando vir a revista no quiosque
Violo direitos de autor? Desculpem lá... 06.07.2008
J.M., compre, tranquilamente. Sei que tenho sempre uma opinião muito entusiasmada sobre o Carlos Vaz Marques, a entrevista tem mesmo momentos brilhantes, aqui vão alguns, com uma tentativa de ajuda ao contexto:
(Depois de insistir sobre as coincidências e semelhanças entre a MRP e entourage e as personagens dos livros)
CVM – A imaginação tem valor literário, para si?
...
(Quando o entrevistador sabe mas sobre a obra do que... a autora) MRP – Depois há outra a quem morrem várias pessoas na família... No fundo, é difícil definir quais são [as personagens] centrais. CVM – É muito fácil: quase metade do romance é narrado por essa personagem.
...
MRP - ... A Carmen Posadas é que diz que nós só conseguimos arrumar o passado quando o pomos nos livros. CVM – É o seu caso? MRP – É. É o meu caso. CVM – É uma espécie de sessão pública de psicanálise?
...
MRP - ... Essa história já cá andava. CVM – Já aí andava, ao ponto de já ter estado também no livro anterior. MPR – Exactamente. Já estava a germinar nalgum cantinho da minha imaginação e da minha memória. Mas eu nem me lembrava que tinha escrito isso. Engraçado. CVM – Acontece-lhe muitas vezes reencontrar ideias ou episódios em livros anteriores... (Imagino que tenha sido o próprio CVM a redigir a entrevista, fico a imaginar o tom com que fez esta pergunta para ele próprio a rematar com reticências!) ...
MRP – Eu nunca conheci o Alexandre O’Neill mas é uma das minhas grandes paixões.
(um pouco mais adiante)
CVM – É um caso curioso, porque sendo a Margarida uma escritora que recorre muito a aspectos autobiográficos nos seus livros e sendo o Alexandre O’Neill o autor daquela frase célebre de que não se deve contar a vidinha, parece haver aí um paradoxo.
...
CVM – Ele diz que há parágrafos integrais transpostos de uns livros para os outros. MRP – Não é verdade. CVM – Ele dá exemplos de parágrafos que estão... (reparem na precisão desta interrupção)
MRP – Têm ideias parecidas. CVM – Não, há um caso pelo menos que é ipsis verbis. MRP – So what? CVM – Isso é o que eu lhe pergunto a si.
...
CVM – Não se trata de repetição de ideias. É a repetição de um parágrafo integral, copy/paste, de um livro para o outro. MRP – Nunca fiz copy/paste. Oh, Carlos. A entrevista acabou, desculpe... [Margarida Rebelo Pinto lança a mão ao gravador, desligando-o. Ligo-o, de novo, imediatamente.]
(um pouco mais abaixo)
MRP – Já não há entrevista. Diga ao Francisco [José Viegas, director da Ler] que eu dispenso a entrevista. Não estou com onda para fazer uma entrevista assim. Desculpe lá.
.........................
Depois de fotografar o “Sei lá” nos maneirismos da nossa oralidade, MRP fotografa-nos finalmente o “Desculpe lá”.
Atenção, surfistas, quando o mar estiver sem ondas, verifiquem como está a MRP e as suas (ondas, que expressiva imagem, uma alegoria numa palavra só).
É pior do que pensava. Usam a imagem da MRP para vender e depois gozam com a escritora MRP para vender mais. Por mais que não aprecie a sua escrita (sem conhecimento de causa, admito), não tenho nada contra a senhora. Cada um ganha a vida como pode. Se o CVM não gosta da escrita dela, então porque é que foi entrevista-la? Além do Saramago e do Lobo Antunes, não há mais ninguém de quem goste?
Cada um interpreta como melhor lhe convém à argumentação. Se é disso que precisa, será sempre tudo muito pior do que o que pensava.
Já li toda a entrevista, a Margarida foi genuína, e igualmente genuína foi a Ler, na voz do Carlos, mesmo o Francisco no editorial justifica a entrevista da Margarida, ali por direito próprio, sem preconceitos.
Agora... se acha que ela foi gozada, até concordo, mas nunca passivamente!
A vocação da Margarida não é pensar ou articular uma personagem na ficção que sirva de consciência a inspirar o pensamento dos leitores.
Ao não se demarcar desse papel, está a expor-se activamente ao ridículo.
A entrevista deveria contornar isso?
Também deveria contornar a acusação de auto-plágio?
Quando é incrivelmente fácil pegar no livro A e no livro B, e mostrar que (cito-a) "não é verdade". Por que não o faz? E por que razão pensa ter o direito de poder manipular o assunto para fora da entrevista? Só é possível falar-lhe de Tarot nas entrevistas?
Se isto é honestidade intelectual, então, senhoras e senhoras membros do clube de fãs da Magarida, vocês meteram-se num culto ou seita que vos impede de pensar?
Não sei se o entrevistador gosta ou nao da entrevistada e ainda nem pude ler a entrevista mas PARA ENTREVISTAR UM ESCRITOR É PRECISO GOSTAR DELE? E isso também válido para a política? Critério curioso!
Nunca li um livro dela, mas apenas por acidente, porque cá em casa existem livros desta escritora.
Preconceito?
Não tenho, mas prefiro ler outras coisas.
Antes de tudo, na minha opinião, a revista LER, deveria dar voz neste número, à senhora Agustina Bessa-Luís, para ser coerente, na sequência da entrevista da primeira edição, pois o António Lobo Antunes disse o que não deveria dizer sobre o José Saramago, e a entrevista seguinte foi exactamente com o Nobel português.
Como todos o que leram a entrevista do José Saramago sabem. ele afirmou, (e se tem ou não razão não interessa), que Agustina disse algures no tempo, que era a "candidata portuguesa" ao Nobel.
Esta afirmação merecia um tratamento especial da revista.
Se os interesses monetários são mais importantes não sei, no entanto, também não compreendo o amadorismo de uma revista, que não é editada em tempo de férias!
A entrevista da MRP, está superiormente dirigida mas a escritora, não está à altura e repete demasiado a palavra: catarse.
independentemente de liberdades criativas, os jornais e revistas seguem orientações, rumos, e por isso fidelizam leitores. os leitores da LER penso, na generalidade, não são consumidores, e por opção, da obra da MRP. daí o choque e o desapontamento. e sim, já li a revista.
Eu cá quero ler a entrevista. Pelos excertos que vi, deve ser quase tão divertida como a do Lobo Antunes. A propósito, gosto de entrevistadores que fazem perguntas incómodas e não deixam os entrevistados fugir-lhes. Carlos Vaz Marques, não quer entrevistar uns políticos? É que os coninhas do costume não dão conta do recado.
Estou feliz por não ter assinado a LER, como pensei fazer. Se logo ao terceiro numero já descem à Sra.Rebelo Pinto... Este numero não comprarei de certeza. Depois logo se vê por onde vão.
É óbvio que não faz qualquer sentido MRP numa revista deste género. Nem os habituais leitores deste tipo de publicações se interessam por MRP nem os leitores de MRP leem revistas literárias/sobre livros.
Da mesma forma que não faz sentido fazer crítica literária em jornais a autores deste género como o Público fez com Rodrigues dos Santos. Para quê? Estes autores aparecem em todo o lado e são tudo menos literatura (chamem-lhes entretenimento, "produto", o que quiserem) e tenho pena que estas publicações não consigam fazer o necessário cordão sanitário.