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Mais uma edição exclusiva da LER: entrevista com John Banville, o escritor irlandês que fará regressar Philip Marlowe; o ensaio-manifesto de Pedro Rosa Mendes sobre os dias que vivemos; os 25 livros de 2012; um perfil de José Rodrigues dos Santos; a estreia de Rogério Casanova no conto policial e muito, muito mais. Dia 3 de janeiro nas bancas!

4 comentários

Manojas 05.01.2013

Sobre a entrevista de John de Banville desejo dizer o seguinte: Claro que Philip Marlowe não existiu, mas considerá-lo apenas um personagem literário e não querer sentir que ele existiu ou podia ter existido, como creio que Chandler tenha chegado a sentir, não me parece ser a melhor abordagem. Dizer que vai tornar Marlowe mais duro, que ele era um sentimental, que nos seus livros há pouco sexo, que ele, inimaginavelmente, não evitava avançar para situações em que podia ser espancado ou mesmo morto, que era

alcoólico, que estava apaixonado por Terry Lennox, parecem ideias preocupantes e erradas. Desconfio que John Banville na altura da entrevista ainda não tinha lido ou relido com a devida atenção os romances e cartas de Chandler sobre Marlowe. E por aqui me fico, embora ainda houvesse mais a comentar sobre as afirmações do escritor.
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Manojas 06.01.2013

Voltando à entrevista com John Banville e ao meu anterior comentário não aceite (porquê?), repito que o escritor não deve ter lido ou relido com a devida atenção os romances e as cartas de Chandler sobre Marlowe. Só um exemplo: Diz Banville que Marlowe não tem idade. Errado. Claro que tem,nasceu nem 1905. É Chandler que o diz quando, ao escrever The Big Sleep, em 1938, revela, pela boca do próprio, que Marlowe tem 33 anos. Assim, podemos também afirmar que quando os EUA entraram na guerra, Marlowe teria 36 anos. Por outro lado, por Terry Lennox, Marlowe tem amizade, não amor. Amor tem ele por Anne Riordan e Linda Loring, basta ler, com atenção, Farewell, my lovely, e The long goodbye. E por aqui me fico, embora houvesse mais a dizer.
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Manojas 07.01.2013

E para terminar, ainda sobre a entrevista de John Banville: Acredito que o escritor tenha lido os romances de Chandler, mas não que os tenha relido, e sobre as cartas tenho as minhas dúvidas. Como ele diz, é verdade que quase são sempre mulheres as criminosas, mas The long goodbye não é excepção, ao contrário do que ele crê. Quem mata a mulher de Terry Lennox e o escritor Roger Wade é a mulher deste Eileen Wade. É claro, temos que perceber, que John Banville vai criar um Phlip Marlowe à moda dele, como Howard Hawks fez no seu filme The big sleep, e por isso escolheu, e bem, Humphrey Bogart, para o papel, e não o divertido Cary Grant ou o soturno Sterlong Hayden.
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