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LER

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«Tordo continua a colocar a sua evolução técnica à vista»

Sobre As Três Vidas (Quidnovi), terceiro romance de João Tordo, a crítica Ana Cristina Leonardo escreveu, no Expresso: «[É] um acto de coragem criativa que o autor soube arriscar à maneira de um funâmbulo no fio da navalha.» Depois do kafkiano e dispersivo O Livro dos Homens sem Luz, e de Hotel Memória (2007), na linha da ficção detectivesca metafísica à la Paul Auster, Tordo continua, com coragem, a colocar a sua evolução técnica à vista. Sendo o mais anglo-saxónico dos novos autores portugueses, ca­racteriza-o a originalidade dos diálogos, a ges­tão veloz da narrativa, as mudanças de planos temporal (aqui, ao longo de um quarto do sé­culo XX) e espacial e a gradação do suspense. Desta vez, partiu do Alentejo e de Lisboa para regressar a Nova Iorque (onde, aliás, estudou Escrita Criativa), continuando a investir na pesquisa da identidade dos personagens como motor da acção, mas abandonando uma linha mais metafórica ou fantástica. Tal como os romances de valter hugo mãe, os de João Tordo estão a ser negociados em vários países, tendo a importante Actes Sud comprado os direitos de Hotel Memória para França.

 

Excerto de um texto de Filipa Melo, publicado em Dezembro na revista LER, que justificava a escolha de João Tordo como uma das dez figuras de 2008.