«Diga a esses portugueses que Portugal também é meu... por mais que eles queiram o contrário»
João Ubaldo Ribeiro aqui reagindo a esta notícia. No blogue das Edições Nelson de Matos é ainda possível ler a mensagem do Prémio Camões 2008 dirigida a Ancelmo Góis, cronista do jornal O Globo:
Querido Ancelmo,
Só para mostrar como este mundo é curioso. No mesmo dia em que eu recebia a notícia de estar sendo mais uma vez censurado em Portugal, assinei contrato para a publicação em inglês do mesmíssimo livro, em tradução de Clifford Landers (que também traduziu O Sorriso do Lagarto), com o título de The House of the Fortunate Buddhas. A prestigiosíssima editora, conhecida pela suas edições de clássicos universais, se chama Dalkey Archive Press e é vinculada à também prestigiosa Universidade de Illinois. Enquanto isso, na brava Lusitânia, onde no geral os brasileiros são tão apreciados quanto percevejos, entro na galeria dos pornógrafos proscritos e o Viva o Povo Brasileiro ainda está sendo examinado para ver se pode ser vendido na rigorosa rede. Pôde ser adotado duas vezes (o máximo que a lei permite) pelo Ministério da Educação da França como o livro-texto para o Exame de Agregação de língua portuguesa, mas tem que ser examinado por vendedores de supermercado, para ver se é leitura permissível aos portugueses. Abraços moralizados do velho
João Ubaldo, 28.04.2009
Só para mostrar como este mundo é curioso. No mesmo dia em que eu recebia a notícia de estar sendo mais uma vez censurado em Portugal, assinei contrato para a publicação em inglês do mesmíssimo livro, em tradução de Clifford Landers (que também traduziu O Sorriso do Lagarto), com o título de The House of the Fortunate Buddhas. A prestigiosíssima editora, conhecida pela suas edições de clássicos universais, se chama Dalkey Archive Press e é vinculada à também prestigiosa Universidade de Illinois. Enquanto isso, na brava Lusitânia, onde no geral os brasileiros são tão apreciados quanto percevejos, entro na galeria dos pornógrafos proscritos e o Viva o Povo Brasileiro ainda está sendo examinado para ver se pode ser vendido na rigorosa rede. Pôde ser adotado duas vezes (o máximo que a lei permite) pelo Ministério da Educação da França como o livro-texto para o Exame de Agregação de língua portuguesa, mas tem que ser examinado por vendedores de supermercado, para ver se é leitura permissível aos portugueses. Abraços moralizados do velho
João Ubaldo, 28.04.2009