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Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Devolver Harper Lee

 Comentário   A Brilliant Books, uma livraria do Michigan, decidiu devolver o dinheiro aos clientes que se sentiram ludibriados com Go Set a Watchman, o livro de Harper Lee. Dado que o livro recentemente descoberto entre os papéis de Harper Lee não é nem uma sequela nem uma prequela de Não Matem a Cotovia, “nem sequer um novo livro”, mas apenas “um primeiro manuscrito que foi originalmente, e com razão, rejeitado”, a livraria aceita que os seus leitores estejam diante “pura exploração quer dos fãs de literatura, quer de um clássico americano muito querido” – e aceita as devoluções. A verdade é que muitos americanos não aceitam que o personagem Atticus Finch, que no cinema foi intepretado por Gregory Peck, tenha alguns “deslizes racistas”. Não há pureza na literatura, já se sabe; apesar de ainda haver livreiros honestos. [F.J.V.] [Originalmente publicado aqui.]

Os livros dos candidatos presidenciais: Manuela Gonzaga parte à frente – sem rival.

Vigilantes – é assim que estaremos, escrutinando a atividade literária dos candidatos presidenciais já anunciados. Fomos ver a contribuição de cada um deles para o acervo bibliográfico nacional. É como se segue.

 Manuela Gonzaga: O Passado de Portugal no Seu Futuro: Conversas com o Duque de Bragança (Textual, 1995), A Morte da Avó Cega (Planeta, 1999), Jardins Secretos (Âncora, 2006), António Variações (Âncora, 2006), Doida, Não e Não! (Bertrand, 2009), Meu Único Grande Amor: Casei-me! (Bertrand, 2010), Moçambique, Para a Mãe se Lembrar como Foi (Bertrand, 2014), Imperatriz, Isabel de Portugal (Bertrand, 2012), Xerazade, A Última Noite (Bertrand, 2015) – além da série André, infanto-juvenil, com vários volumes.

Paulo de Morais: Da Corrupção à Crise (Gradiva, 2013) e Janela do Futuro (Gradiva, 2015).

 Henrique Neto: Uma Estratégia para Portugal (Lua de Papel, 2011), Um Olhar Sobre a Indústria de Moldes (Gradiva, 2014).

António Sampaio da Nóvoa: nenhum disponível.

Os tops de e-books da Amazon nos últimos cinco anos: chicotadas ao de leve e outras minudências

 

E.L. James e Gillian Flynn: as duas no pódio

 

Fifty Shades of Grey (As Cinquentas Sombras de Grey), de E.L. James, é o e-book mais vendido pela Amazon nos últimos cinco anos. Em segundo está Fifty Shades Darker (Cinquenta Sombras Mais Negras) e em terceiro Em Parte Incerta (Gone Girl), de Gillian Flynn – no quarto lugar regressa E.L. James com Cinquenta Sombras Livre (Fifty Shades Freed). Depois, é como se segue: 5) The Hundred-Year-Old Man Who Climbed Out of the Window and Disappeared (O Centenário Que Fugiu pela Janela e Desapareceu), de Jonas Jonasson; 6) Life Of Pi (A Vida de Pi), de Yann Martel; 7) The Girl With The Dragon Tattoo (Os Homens Que Odeiam as Mulheres), de Stieg Larsson; 8) Watch Over Me, de Daniela Sacerdoti (não publicado em Portugal); 9) Twelve Years a Slave (Doze Anos Escravo), de Solomon Northup; 10) Thursdays in the Park (Quinta-Feira no Parque), de Hilary Boyd.

Cristãos (americanos) contra o capitalismo: três livros de Agosto

Três livros de uma assentada para a lista de títulos destacados pela Publishers Weekly sobre o tema: This Economy Kills: Pope Francis on Capitalism and Social Justic, de Andrea Tornielli and Giacomo Galeazzi (Liturgical Press), The Year Without a Purchase: One Family’s Quest to Stop Shopping and Start Connectin, de Scott Dannemiller (Westminister John Knox Press), que acompanha a vida de missionários na sua luta «contra a cultura consumista» – e, finalmente, At the Altar of Wall Street: The Rituals, Myths, Theologies, Sacraments, and Mission of the Religion Known as the Modern Global Economy, de Scott W. Gustafson (Eerdmans Publishing Company), onde estabelece um paralelismo entre a nossa cultura, centrada na economia, e outras culturas dominadas pela religião.

Pedro Mexia: o regresso em Outubro – e depois

É um dos mais aguardados regressos às estantes das livrarias (e das nossas): o novo livro de poesia de Pedro Mexia sai em Outubro, com o título Uma Vez que Tudo se Perdeu – evocação de Ruy Belo («Não temas porque tudo recomeça/ Nada se perde por mais que aconteça/ uma vez que já tudo se perdeu.»). Uma bela notícia, para já.

Entretranto, depois da publicação de Cinemateca (Tinta da China), crónicas de cinema, Pedro Mexia prepara a edição de Biblioteca, uma reunião de críicas de livros e textos sobre literatura, a publicar em 2016.

É possível uma literatura sem personagens?

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© Foto de Melissa Pimentel.

 Texto de Rui Rocha – para ler e comentar: «Às personagens portuguesas falta invariavelmente espessura, golpe de asa, corajem e liberdade para se soltarem das páginas dos livros em que nasceram, abraçando a universalidade. Temos uma literatura de escritores, de livros, de estilos, de pensamento, mas não uma literatura de personagens. Como se os autores, para além das corriqueiras rivalidades com outros escritores, agissem deliberadamente com o objetivo de abafar as pessoas fictícas que dão à luz, não lhes permitindo superar em fama e proveito o próprio criador.» Integral, aqui.