Bill Clegg, Chigozie Obioma e Anna Smaill são autores de primeiros romances, enquanto Marlon James é a primeira autora jamaicana a ser nomeada.
A shortlist de seis livros vai ser anunciada a 15 de setembro e o vencedor será conhecido a 13 de outubro – para quem não sabe, a cerimónia é transmitida em direto pela BBC.
No ano passado, o prémio Booker passou a incluir autores americanos como candidatos; a polémica reacende-se este ano com a publicação da primeira lista de nomeados — há cinco americanos e apenas 4 da Grã-Bretanha e Irlanda. O prémio era destinado, antes da abertura, a autores britânicos e da Commonwealth.
Per Wahlöö e Maj Sjöwall foram os pioneiros do «policial nórdico» na altura em que não havia «policial nórdico». A dupla foi publicada nos anos 90 pela Caminho, que lançou títulos como Desapareceu um carro dos bombeiros (1992), O homem à varanda (1989), O homem que se desfez em fumo (1990) e O polícia que ri (1990), da série protagonizada por Martin Beck, o polícia sueco. Hoje, Jo Nesbø, Camilla Lackberg, Karin Fossum ou Arnaldur Indridason são as estrelas do cartaz nórdico, juntamente com série de televisão como Bron/A Ponte ou The Killing — mas os livros de Per Wahlöö e Maj Sjöwall, cheios de humor, melancolia, tendências comunistas, são realmente fundadores. No Daily Telegraph, uma revisitação com Maj Sjöwall, cética em relação à nova onda de policiais vindos do norte.
Depois da euforia em torno do lançamento de Go Set a Watchman, de Harper Lee, outro dos grandes lançamentos deste verão está marcado para fins de Agosto — a 27, será lançado The Girl in the Spider’s Web, a continuação da «saga Millennium», de Stieg Larsson, escrita por David Lagercrantz. A edição está marcada para 38 traduções em todo o mundo.
Quando os escritores respondem às críticas negativas, o jogo nunca acaba bem para o escritor. Não é boa ideia responder às más recensões. Texto de J.C. Hallman na Chronicle Review: «Book Review’s Grunt Squads».
As vendas de Go Set a Watchmanno primeiro dia bateram todos os recordes anteriores na categoria de ficção, incluindo O Símbolo Perdido, de Dan Brown, As Cinquenta Sombras de Grey, de E.L. James, ou Harry Potter e asRelíquias da Morte, de J.K. Rowling — que detinham os recordes anteriores. Os dados são confirmados pelas vendas da Barnes & Noble, Book-A-Million e Amazon.
Entretanto, na Grã-Bretanha, estima-se que as vendas possam ter ultrapassado os 105.000 exemplares no primeiro dia, de acordo com informações do grupo Penguin.
«The book’s evolution from “Watchman” into “Mockingbird” in less than three years is remarkable. To put it into context, a lot of novels are dreadful, and most are ordinary. Even the 150 or so submitted for the Man Booker prize every year—supposedly the cream of literary publishing—are a mixed bunch. Only a handful, if that, could be considered great. “Go Set a Watchman” is one of the ordinary ones. It has flashes of delight—the 14-page account of a ladies’ coffee morning is particularly hilarious. But many of the characters are one-dimensional and they spout long speeches, chiefly about race, that feel both unfinished and undigested. That Atticus Finch should reveal himself to his adult daughter as a racist bigot, rather than the moral giant of “Mockingbird”, can only have been written by someone who had not had a child or seen at first hand the inexorable nosiness of the young, whether about their parents’ motives or their sex lives.»
«The most surprising thing about “Go Set A Watchman”, then, is how a young writer, so rooted in the customs and mores of her time and seemingly with no sense of drama or history, was able to transform a first novel from a pedestrian piece of prose into a soaring work that has enthralled millions through the decades. It makes one want to salute the human imagination—and weep that she never wrote more.»
A primeira cliente a comprar um exemplar de Go Set a Watchman, na Northshire Bookstore, Saratoga Springs, NY, EUA — passava um minuto da meia-noite.
Um leitor de Go Set a Watchman, um pouco antes da meia-noite do dia 13, vestido de Atticus Finch (o personagem incarnado por Gregory Peck) preparando-se para comprar o seu exemplar na Ol’ Curiosities & Book Shoppe, em Monroeville, Alabama – a terra natal de Harper Lee.
Meia-noite e um minuto na Anderson’s Bookshop, em Downers Grove, Illinois, EUA. A livraria promoveu uma exibição do filme Não Matem a Cotovia num cinema da cidade (já agora, o Tivoli, para curiosos) duas horas antes. Mesmo a tempo de, à meia-noite, abrir as portas para vender os primeiros exemplares.
Comentário. A Livraria Lello decidiu passar a cobrar pela entrada no seu espaço — são €3 dedutíveis na compra de livros (ou €10, caso o visitante queira usar o seu cartão de cliente). A medida justifica-se e não merece reparos; pelo contrário: é uma solução bem encontrada. Durante vários anos, desde que a imprensa internacional descobriu o admirável desenho da livraria, que ela é invadida diariamente por turistas que se passeiam naquele espaço reduzido — observando, fotografando, desarrumando, usufruindo do lugar. Isso conduziu a livraria a um beco sem saída: a sua clientela aprecia o espaço mas não compra livros; portanto, tem tomado decisões comerciais criticáveis, embora compreensíveis, dedicando parte fundamental do seu espaço à venda de merchandising, sabonetes e produtos rétro a fim de compensar a perda de negócio. Em certa medida, a livraria transformou-se — justificadamente — num museu, prestando um bom serviço público à cidade, mas suportando todos os custos de manutenção e funcionamento do espaço. Esta é uma boa decisão: se quer visitar a livraria, fazer uma selfie, compará-la com Hogwarts, mas não comprar livros — pagará €3; se quer comprar livros, esses €3 serão descontados; se a escolhe como livraria habitual, terá o seu cartão de cliente (€10 anuais). Em contrapartida, espera-se que a Lello volte a ser, realmente, uma livraria. [F.J.V.]