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Bolsas de criação literária do CNC

Os candidatos devem começar a preparar a documentação para as bolsas de criação literária Criar Lusofonia, do Centro Nacional de Cultura. Anualmente são atribuídas duas bolsas, de acordo com a mesma fonte, uma delas a um candidato português e outra a um escritor/investigador de países lusófonos. As duas bolsas de criação/investigação literária, que devem produzir obras com o objetivo de divulgação no espaço lusófono, permitirão uma estada de quatro meses em Portugal ou num dos outros sete países lusófonos.

Mas é a Penguin que vai à Amazon, ou a história de um editor demasiado bom para ser verdade

Quando foi noticiada, a contratação de Ed Park para editor de ficção da Amazon pareceu aquilo que era: o desejo de o gigante da distribuição garantir respeitabilidade literária. Estávamos em 2011. Quase nada melhor do que Ed Park, uma das estrelas do meio literário novaiorquino, editor na secção de livros do Village Voice, finalista do Pen Hemingway de 2008 com o romance Personal Days e colaborador do The New York Times e do Los Angeles Times. Talvez o negócio da Amazon não seja propriamente literatura — como sabemos –, mas apenas distribuição. Ao fim de três anos, Ed Park tinha conseguido publicar 20 livros no catálogo da Amazon (livros que as livrarias se tinham recusado a vender, por razões óbvias). Isso terminou: Park segue agora para a Penguin como editor executivo, abandonando a distribuição ao que é da distribuição. Toda a história aqui, no The New York Times.

Bruno Vieira Amaral: Prémio Fernando Namora

 Bruno Vieira Amaral é o vencedor do Prémio Fernando Namora com o romance As Primeiras Coisas (Quetzal), que já tinha obtido o Prémio Pen e o Prémio Time Out Melhor Livro do Ano. 

Entre os finalistas estavam Afonso Cruz, com Para onde vão os guarda-chuvas, Ana Margarida Carvalho com Que importa a fúria do mar (que obteve o Prémio APE), Ana Cristina Silva com A segunda morte de Anna Karénina, Luís Cardoso com O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação e Nuno Júdice com A Implosão. O júri foi presidido por Guilherme d’Oliveira Martins e constituído por José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Loureiro, Maria Alzira Seixo, Liberto Cruz, João Lobo Antunes, Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu.

[Foto Diana Quintela / Global Imagens]

Editorial: Os prémios anunciados ao mesmo tempo

Em França, onde o número de prémios literários é — no mínimo — abundante, há tambem uma certa disputa entre eles. O que não evita certos atropelamentos, como o que ocorreu ontem, com o anúncio quase em simultâneo do Goncourt e do Renaudot. À parte esses, existem ainda o Femina, o Médicis, o do Le Monde, o Fnac, o Chateaubriand, o da Academia, o Nadar, o Jean Giono, o François Mauriac, o Lecteurs, o Choix des Libraires, o da Crítica, o Paul Verlaine, o da Francofonia, etc. Em Portugal, evidentemente que a lista de prémios literários não é tão generosa — e, dados os valores em causa (que permitem algum festejo aos autores e editores premiados), conviria que cada um deles fizesse a sua «marcação de espaço», tivesse o seu tempo, criasse as suas expetativas. Isso é bom para as entidades que atribuem os prémios, para os editores e, em primeiro lugar, para os autores. Não foi isso que aconteceu este ano, com o Premio APE de Romance e Novela e o Pen anunciados no mesmo dia, com meia-hora de diferença. Nada obsta, naturalmente, a que seja assim. Apenas o bom senso. 

Prémio Goncourt para Lydie Salvayre e Renaudot para David Foenkinos

Pas pleurer de Lydie Salvayre (Seuil), ganhou o Goncourt – ontem, 5 de novembro. A lista dos finalistas incluía Pauline Dreyfus, Ce sont des choses qui arrivent  (Grasset), David Foenkinos, com Charlotte  (Gallimard) ou Kamel Daoud, Meursault, contre-enquête  (Actes sud). O livro de Kamel Daoud será publicado em Portugal pela Teodolito.

 

Entretanto, Charlotte, de David Foenkinos (também finalista do Goncourt) acaba de ganhar o Renaudot na categoria de ficção. O Renaudot de ensaio foi para Christian Authie, com De chez nous (Stock), e o Renaudot Poche, para Florence Seyvo, com Le Garçon incassable (Points).

Prémios Pen: definitivo

 Bruno Vieira Amaral. Ana Luísa Amaral.

 

 Golgona Anghel. Gastão Cruz.

 

 

NARRATIVA:

Bruno Vieira Amaral, As Primeiras Coisas (Quetzal)., ex-æquo com Ana Luísa Amaral, Ara (Sextante).

POESIA:

Gastão Cruz, Fogo (Assírio & Alvim), ex-aequo com Golgona Anghel, Como uma Flor de Plástico na Montra de um Talho (Assírio & Alvim)

ENSAIO:

Diogo Ramada Curto, Para que serve a História (Tinta-da-China)

PRIMEIRA OBRA:

João Pedro Cachopo, Ensaio sobre o Pensamento Estético de Adorno (Vendaval), ex-aequo com Rosa Oliveira, Cinza (Tinta da China)

Volodine: prémio Médicis. Yanick Lahens fica com o Femina.

Terminus radieux (Seuil), de Antoine Volodine é o Prémio Médicis deste ano. No ensaio, a distinção vai para Frédéric Pajak com o terceiro volume do seu Manifeste incertain (Noir sur Blanc) e  Lily Brett ganha o Médicis de romance estrangeiro com Lola Bensky (La Grande Ourse).

 Zeruya Shalev, Yanick Lahens e Paul Veyne

Quanto ao Femina, é como se segue: a grande vencedora é a haitiana Yanick Lahens com Bain de lune (Wespieser); o historiador Paul Veyne ganha o prémio de ensaio com Et dans l’éternité je ne m’ennuierai pas (Albin Michel) e o romance estrangeiro foi para a israelita Zeruya Shalev, com Ce qui reste de nos vies (Gallimard).

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