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Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Finalistas do PEN: os dez finalistas

 

Narrativa

  • Ana Luísa Amaral, Ara (Sextante) 
  • Ana Margarida de Carvalho,Que importa a fúria do mar (Teorema)
  • Bruno Vieira Amaral, As Primeiras Coisas (Quetzal)
  • Mário de Carvalho, A liberdade de pátio (Porto Editora) 
  • Rui Nunes, Armadilha (Relógio d’Água)

Poesia

  • Fernando Echevarria, Categorias e Outras Paisagens (Afrontamento)
  • Gastão Cruz, Fogo (Assírio & Alvim)
  • Golgona Anghel, Como uma Flor de Plástico na Montra de um Talho (Assírio & Alvim)
  • Luís Quintais, Depois da Música (Tinta da China)
  • Pedro Tamen, Rua de Nenhures (Dom Quixote)

Ensaio

  • Diogo Ramada Curto, Para que serve a História (Tinta da China)
  • Gonçalo M. Tavares, Atlas do corpo e da Imaginação (Caminho)
  • Isabel Morujão, Por Detrás da Grade -- Poesia Conventual Feminina (sécs. XVI-XVIII) (Imprensa Nacional)
  • João Constâncio, Arte e Niilismo, Nietzsche e o Enigma do Mundo (Tinta da China)
  • João Madeira, História do PCP (Tinta da China)

 

O Pen Club decidiu que este ano não há lista de finalistas do prémio Primeira Obra.

Invadir a Rússia — através da edição

Isto parece o símbolo da Hachette? Não é – trata-se do da Azbooka-Atticus, a terceira maior editora russa de literatura geral, de que a Hachette já detinha 25% desde julho de 2011. A partir de agora esta participação passa a 49%. A Atticus publica J.K. Rowling, Alice Munro, Patrick Modiano, Nabokov, Capote, Vargas Llosa, Peter Ackroyd, entre muitos outros. 

Sofia Monteiro: já é oficial, está na Editorial Presença

Sofia Monteiro, que lançou e deu vida à Esfera dos Livros, está agora na Presença, onde vai continuar a acompanhar a área de não-ficção (história e política) e livros de atualidade, que marcaram o catálogo da Esfera, juntamente com a sua linha de livros de culinária. É previsível que alguns autores, presença habitual nas listas de best-sellers, acompanhem a sua editora de há anos.

Na Esfera dos Livros está agora Francisco Camacho, que vem do grupo Leya.

França: a taxa sobre tinteiros volta atrás

  

Os tinteiros e a ministra Fleur Pellerin: incompatíveis...

 

Foi já abandonada a ideia francesa de taxar tinteiros de impressoras (a laser ou jacto de tinta), sugerida pela ministra da Cultura, Fleur Pellerin. Essa taxa, no valor de 1,25%, destinar-se-ia a financiar o Centre National du Livre. A medida suscitou diversas críticas e um interpelação no parlamento, considerando já a existência de uma taxa de 2,5 a 3,5% sobre dispositivos de impressão; o estudo que está na base desta proposta lançou também a ideia de agravar as taxas sobre os fornecedores de serviços de internet. O governo francês anunciou que a proposta de taxar consumíveis de impressão (os tinteiros) continua em carteira.

Finalistas do Femina – a atribuir a 3 de novembro

Romances franceses:
Yves Bichet, L'homme qui marche (Mercure de France)
Marie-Hélène Lafon, Joseph (Buchet-Chastel)
Yanick Lahens, Bain de lune (Sabine Wespieser)
Antoine Volodine, Terminus radieux (Seuil)
Eric Vuillard, Tristesse de la terre (Actes Sud)

 

Romances estrangeiros:
Sebastian Barry, L'homme provisoire (Joëlle Losfeld) - Irlanda
Clement, Prière pour celles qui furent volées (Flammarion) - EUA
Grazyna Jagielska, Amour de pierre (Les Equateurs) – Polónia
Nell Leyshon, La couleur du lait (Phébus) - Inglaterra
Zeruya Shalev, Ce qui reste de nos vies (Gallimard) - Israel


Ensaios:
Véronique Aubouy e Mathieu Riboulet, A la lecture (Grasset)
François-Xavier Bellamy, Les Déshérités (Plon)
Bruno Cabanes, Août 14 (Gallimard)
Thierry Clermont, San Michele (Seuil)
Elisabeth Roudinesco, Sigmund Freud (Seuil)
Arnaud Teyssier, Richelieu (Perrin)
Paul Veyne, Et dans l'éternité je ne m'ennuierai pas (Albin Michel)
Emmanuel de Waresquiel, Fouché (Tallandier/Fayard)

Editorial || Queimar livros não explica um país, mas explica os livros.

Em 1973 um jovem professor de literatura na cidade de Drake, estado do Dakota do Norte decidiu usar o romance ‘Matadouro Cinco’ (Bertrand), de Kurt Vonnegut, como material de leitura de uma das suas aulas. Resultado? Os 32 exemplares do livro de Vonnegut foram retirados das mesas dos alunos e foram queimados na fornalha do aquecimento central da escola, pelo diretor e pelo chefe da polícia. O caso deu que falar: houve protestos, mas houve também seguidores. A data assinalou-se há três semanas (a Banned Books Week) nos EUA, país onde livros de Hemingway, Faulkner, Steinbeck, Mark Twain, J.D. Salinger ou J.K. Rowling foram (e estão) proibidos em escolas e bibliotecas públicas. Queimar livros parece-nos um escândalo. E é. Mas ainda se pratica muito hoje em dia. O fervor religioso, político e “moral” dos censores e das autoridades em geral é um combustível perigoso para toda a espécie de insanidades.

[Publicado também aqui]

Editorial || Machado de Assis, que nos recriou e ajudou a manter a Língua Portuguesa.

Falemos da luxúria. Não dessa. Daquela que atravessa os objetos que cobiçamos, que reservamos, que não cedemos nem por decreto, que escondemos – se for preciso. A Glaciar, editora de Jorge Reis-Sá (com a Academia Brasileira de Letras), acaba de lançar um volume de 1560 páginas que leva este título simples: Os Romances de Machado de Assis. Ora, o que leva este livro lá dentro? Os romances de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Memorial de Aires e Dom Casmurro, necessariamente, mas também Quincas Borba, Esaú e Jacob, Helena, por aí fora (são 9). Machado de Assis (1839-1908) é um dos grandes heróis da nossa língua, mulato filho de mulato casado com uma portuguesa; da infância pobre passou a fundador da Academia. Não o ler é uma afronta à Língua Portuguesa. Do humor bravo e etéreo de Brás Cubas à suspeita de traição de Capitu, estas páginas esperaram por nós – e continuam.

[Publicado aqui.]

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