Ahmad Al Gamal é um colunista popular que escreve no Al Ahram e no Al Masri Al Yawm — e acha que o governo egípcio deve pedir a Israel uma indemnização pelas 10 praga que, através de Moisés, Deus terá enviado ao Egipto para obrigar o faraó a libertar os judeus do estado de escravidão. Já foi há milénios? É indiferente. Ahmad Al Gamal escolheu justamente esta data — a véspera de Páscoa, Pessach, a 14 de Abril — quando se celebra a libertação. «Devemos ser indemnizados pelas 10 pragas que foram dirigidas contra nós como resultado das maldições que os antepassados judeus lançaram. Os egípcios não mereciam pagar pelo mau governante desse tempo, o faraó.» Está no Livro.
No Clarín, de Buenos Aires: «É mais fácil falar do passado, porque todos temos coisas a dizer. Mas falar do futuro é difícil. E por que é que não falamos do futuro, quando a ciência vai à frente e progride? Há muitas razões, a primeira delas é o fracasso das utopias do século XIX e do século XX, principalmente o marxismo. Aliás, acho que estamos a viver o fracasso da última grande utopia liberal, com Fukuyama e o o fim da história. Por um lado, as ditaduras acomodam-se muito bem no mercado liberal; e, por outro, vemos que a diferença entre a franja mais rica dos ricos e a mais pobre dos pobres não pára de crescer, quer dizer, não há nenhuma realidade correspondente à utopia do fim da história.»
Uma revista europeia — a ideia não é propriamente original, mas o projecto mobilizou quatro editores além da francesa Seuil: a Editorial Debate (Espanha), Fischer Verlag (Alemanha) e a Laterza (Itália) – sem mencionar o patrocínio da Telecom Italia. Porquê esta empresa? Porque a sede da redacção será Roma, e o director é o correspondente do Liberation em Itália, Eric Jozsef. Todos os artigos serão publicados na língua original do colaborador — e em inglês.
O actor Richard Burton em Milk Wood, lugar do Hay Festival — enquanto
gravava um documentário sobre Dylan Thomas.
Está já disponível o programa do Hay Festival deste ano, entre 22 de Maio e 1 de Junho, em Milk Wood, Gales. Além dos cem anos de Dylan Thomas, haverá Niall Ferguson, Stephen Fry e Judi Dench para falar de Shakespeare, cozinheiros da moda para preparar refeições de primavera — e a belíssima-belíssima-belíssima Livraria do Festival. Roam-se de inveja (podem comprar ingressos aqui). Depois enviamos fotos.
Entretanto, juntamos algumas imagens do Hay do ano passado:
Durante a Guerra Fria, a CIA publicou várias edições russas de Doutor Jivago, de Boris Pasternak — como arma de propaganda anti-soviética. O livro esteve proibido na ex-URSS até 1989. A primeira edição do livro foi publicada em italiano, em 1957, e só em 1958 foi impressa a edição americana.
Cinco conselhos úteis: 1) procrastinar; 2) investigar sobre os personagens do livro; 3) não se interessar pelo ‘plot’; 4) complicar até arruinar tudo; 5) ter medo da rejeição. O autor do artigo seguiu todos eles.
Anne Rice é uma das principais assinaturas numa petição para que a Amazon deixe de permitir críticas de livros anónimas dos seus utilizadores — um combate, dizem, contra o cyberbullying a autores.
Artigo de Leo Robson na New Statesman em torno de três livros que tratam de livros e da arte da leitura — mas o título é mesmo este: «Reading Won't Make You a Better Person». Já sabíamos.