Uma história a reter: num clube de leitura de Nova Iorque paga-se aos autores para comparecerem nas suas sessões. Alexandra Styron (filha de William Styron), por exemplo, custa 750 dólares (400 para si, 350 para o clube de leitura). A história noThe New York Times.
Andrea Camilleri sobre o seu novo livro agora lançado em Espanha: «En esta edad [90 anos] a menudo hago balance y me avergüenza ver a una generación de jóvenes sin futuro. Y yo me digo: he equivocado toda mi vida si dejo sin futuro a mis nietos. Parece como si hubiéramos hecho una guerra, en la que mueren dos o tres generaciones. No las hemos matado físicamente, pero hemos matado su futuro. Esta es una gravísima responsabilidad y me angustia el no haber hecho más por los jóvenes, pero la crisis ha llegado demasiado tarde para mis fuerzas. A pesar de todo, tengo gran confianza en el hombre y estoy seguro que superaremos la crisis.»
Constantino Bértolo é o editor da Caballo de Troya, um selo da Penguin Random House de Espanha; no ABC, uma mini-entrevista deliciosa; algumas das ironias de um editor que, aos 67 anos, em vésperas de retirar-se, se permite tocar em alguns tabus:
• «Os prémios literários são uma das formas de corrupção más claras deste país. Surpreende que os autores que têm participado nessa correria dos prémios desatem a rasgar as vestes falando da corrupção dos outros; eu não os desculpo, mas entendo que é difícil levar a cabo a carreira de escritor de uma maneira digna, incluindo no aspecto económico, sem entrar nesse jogo.»
• «A crítica adaptou-se ao papel de mero acompanhante do marketing editorial; é como uma publicidade que procura um certo crédito e que difícilmente o encontra.»
• «Pertenço a uma época em que os editores liam; hoje, um editor que lê é um editor fracassado; se para publicar um livro é preciso lê-lo antes, mau sinal...»
E se a Inglaterra não tivesse entrado na I Guerra? Para Niall Ferguson, nada de mal teria acontecido — ele considera que a intervenção inglesa na I Guerra foi "the biggest error in modern history" e que o país podia ter convivido com uma vitória alemã no conflito. No The Guardian.
Ferguson, professor em Oxford, é autor de Civilização, A Ascensão do Dinheiro, Império (todos na Civilização) e História Virtual (Tinta da China) — neste último interroga-se sobre o que teria ocorrido se certos acontecimentos não se tivessem dado...
Uma discussão entre dois russos sobre os méritos da poesia e da prosa acabou com um deles, um antigo professor, a matar o amigo à facada, disseram hoje investigadores. Os dois amigos estavam a beber na cidade de Irbit, nos montes Urais, quando começaram a discutir literatura, «sobre qual dos géneros literários, poesia ou prosa, é mais significativo», de acordo com uma declaração dos investigadores da região de Sverdlovsk.
«O anfitrião insistiu que a verdadeira literatura era a prosa, enquanto o convidado, um antigo professor, defendeu a poesia», acrescentaram.
«A discussão literária tornou-se rapidamente num conflito e o amante de poesia, de 53 anos, matou o oponente à facada», disseram os investigadores. O antigo professor, que se escondeu em casa de um amigo, foi detido mais tarde.
Em setembro passado, uma discussão entre dois amigos, na cidade de Rostov-on-Don, sobre qual dos dois gostava mais do filósofo alemão Immanuel Kant, acabou com um deles a alvejar o outro na cabeça. A vítima sobreviveu.
«O escritor Miguel Sousa Tavares e a editora Clube do Autor apresentaram, no Ministério Público, uma queixa contra a ativista Margarida Martins "por incentivo à reprodução ilegal de alguns dos livros do referido escritor".
"O escritor Miguel Sousa Tavares e a editora Clube do Autor apresentaram recentemente uma queixa-crime contra Margarida Martins, ex-presidente da Abraço e atual presidente da Junta de Freguesia de Arroios, por incentivo à reprodução ilegal de alguns dos livros do referido escritor", afirma a editora em comunicado enviado à Lusa. Margarida Martins enviou um e-mail em que afirma "porque a vingança por vezes é precisa!", ao qual anexou, em formato PDF, os romances "Equador" e "Rio das Flores", de Sousa Tavares, e ainda "Não te deixarei morrer David Crockett", coletânea de pequenas ficções do mesmo autor.»
Aí está, quase definitivo, o programa das Correntes deste ano, entre 20 e 22 de Fevereiro:
Mesa 1- Quinta-feira, dia 20, 17.30 Tema: Pensamentos não são correntes de ninguém Participantes: António Gamoneda, Eduardo Lourenço, Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge, Ungulani Ba Ka Khosa Moderador: José Carlos de Vasconcelos
Mesa 2 - Sexta-feira, dia 21, 10.00 Tema: palavras + correntes = x Participantes: Afonso Cruz, Helder Macedo, Ivo Machado, Miguel Real, Patrícia Portela, Valério Romão Moderador: João Gobern
Mesa 3 - Sexta-feira, dia 21, 15.00 Tema: A ficção nos livros é corrente de verdade Participantes: Ana Margarida de Carvalho, António Mota, Boaventura Cardoso, João Ricardo Pedro, José Ovejero, Michel Laub Moderador: Francisco José Viegas
Mesa 4 - Sexta-feira, 21, 17.30 Tema: De correntes e cont(r)a-correntes se faz a poesia Participantes: Ana Luísa Amaral, Golgona Anghel, João Moita, Margarida Ferra, Valter Hugo Mãe Moderadora: Isabel Pires de Lima
Mesa 5 - Sexta-feira, 21, 22.00 Tema: Cada livro é a antologia corrente da existência Participantes: Carlos Quiroga, Joana Bértholo, Manuel da Silva Ramos, Manuel Jorge Marmelo, Miguel Sousa Tavares, Ondjaki, Rui Zink Moderador: Michael Kegler
Mesa 6 - Sábado, 22, 10.00 Tema: Coração de correntes desabitado: a poesia Participantes: Helga Moreira, Inês Fonseca Santos, Manuel Rui, Pedro Teixeira Neves, Uberto Stabile, Vergílio Alberto Vieira Moderador: José Mário Silva
Mesa 7 - Sábado, 22, 15.30 Tema: Não são minhas as correntes que escrevo é outro que as escreve em mim Participantes: Andrés Neuman, Inês Pedrosa, José Rentes de Carvalho, Manuel Rivas, Onésimo Teotónio Almeida Moderadora: Ana Sousa Dias
José Saramago deixou-nos um legado extraordinário. A par de uma vastíssima obra literária de singular importância para a promoção universal da literatura portuguesa, José Saramago afirmou-se como um pensador com um quadro ético e moral inabalável, sempre preocupado em contribuir para uma sociedade cultural mais desenvolvida e socialmente mais justa. Este legado exige uma dedicação permanente e um trabalho contínuo no sentido de o preservar, divulgar, levar ao conhecimento de cada vez mais pessoas. Enfim, de o perpetuar. Esta é a missão das herdeiras de José Saramago. Hoje perspetiva-se o futuro. E esse futuro será construído com um novo parceiro editorial: a Porto Editora. As herdeiras de José Saramago escolheram a Porto Editora para editar e distribuir a obra literária de José Saramago em Portugal e nos demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (à exceção do Brasil). Ao mesmo tempo, a Fundação José Saramago e a Porto Editora vão definir estratégias conjuntas de divulgação da obra do escritor em todo o mundo, com especial atenção à comunidade lusófona. Para além do facto de a Porto Editora ser uma empresa totalmente portuguesa que se dedica ao livro desde a sua fundação, pesaram nesta escolha duas razões de particular significado afetivo: a de o Prémio Literário José Saramago, que desde 1999 distingue jovens escritores de língua portuguesa, ser promovido pela Fundação Círculo de Leitores (que integra o Grupo Porto Editora desde 2010); e o impulso que o Círculo de Leitores deu à carreira literária de José Saramago com a edição do livro Viagem a Portugal (1981), que veio a permitir que se dedicasse a tempo inteiro à escrita.
O futuro já está escrito, saibamos ter a ciência necessária para o ler.
A terminar, gostaríamos de expressar o nosso agradecimento a todas as editoras que nestes dias manifestaram o seu interesse em publicar os livros de José Saramago, demonstrando assim não apenas o valor da sua obra mas também o carinho e o respeito que o autor concita.
Comunicado assinado por Pilar del Río e Violante Saramago Matos.
Eduardo Lourenço, Nuno Júdice, Miguel Real, Rui Vieira Nery são alguns dos nomes que integram a lista de oradores do colóquio de homenagem a Vasco Graça Moura, que se realiza na próxima sexta-feira, dia 31 de janeiro, a partir das 14h30, no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Uma versão inacabada do documentário, ainda sem título conhecido, será apresentada (fora de concurso) em fevereiro no Festival de Cinema de Berlim. Segundo o jornal Público, a sessão especial será acompanhada por um debate com Martin Scorsese, David Tedeschi (co-realizador) e Robert Silvers, editor da revista desde a sua fundação (1963).
«Achei que precisava de uma coisa diferente, nem melhor nem pior, diferente. Uma nova cara, um novo rosto. Um novo input criativo. Vou publicar com uma editora de que gosto muito, com um catálogo que admiro imenso e achei que seria bom para mim e para a minha carreira.» Notícia completa aqui.
«Está concluída a fase de catalogação dos manuscritos que serão disponibilizados no catálogo em linha das Bibliotecas do Porto», avança Carla Fonseca, chefe da divisão municipal de bibliotecas do Porto. «Até ao final do primeiro semestre de 2014, iniciará o processo de digitalização dos manuscritos para edição faseada na Biblioteca Digital, onde se encontram já acessíveis os espólios de escritores como Teixeira de Pascoaes e António Nobre, ou ainda o Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia, entre outros documentos que estando à guarda desta Biblioteca Municipal, há mais de 180 anos, estão ao dispor de todos os que os queiram consultar, conhecer e estudar.»