Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

LER

Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Prémio Leya anunciado a 30 de Novembro

O vencedor da terceira edição do Prémio Leya será conhecido a 30 de Novembro, depois de dois dias de reunião do júri, composto por Manuel Alegre (presidente) Carlos Heitor Cony, José Carlos Seabra Pereira, Lourenço do Rosário, Nuno Júdice, Pepetela e Rita Chaves. «Foram recebidas 325 obras, provenientes, na sua grande maioria, de Portugal e Brasil», assegura a organização. Nos dois primeiros anos, o prémio foi entregue ao brasileiro Murilo Carvalho (O Rastro do Jaguar, 2008) e ao moçambicano João Paulo Borges Coelho (O Olho de Hertzog, 2009).

«Com a concentração há maior probabilidade de os grupos editoriais continuarem a ser portugueses»

«Acho que a concentração, num país pequeno como Portugal, é razoavelmente saudável, desde que seja regulada. O livro é um mercado difícil, veja-se as editoras e livrarias que fecham. E temos o desafio do digital. Acho que esta concentração tem mais efeitos benéficos do que prejudiciais. Se a Autoridade da Concorrência tivesse dito que não ao negócio, a Bertrand teria sido comprada por espanhóis e as suas políticas seriam definidas em Madrid. E se amanhã lhes interessasse fechar, fechavam. Com a concentração há maior probabilidade de os grupos editoriais continuarem a ser portugueses. Sem ela, o mais provável é que passássemos a ter livros portugueses editados no estrangeiro, como já acontece na música ou no cinema.» Excerto de uma longa entrevista de Vasco Teixeira, responsável editorial do Grupo Porto Editora, ao jornal Público.

Prémio de Fotografia Retratar Um Livro

«Um dos nossos objectivos é que a leitura seja um prazer. Queremos que as pessoas se vinculem a livros e, por isso, vamos lançar o Prémio de Fotografia Retratar Um Livro. A ideia é que, ao lerem um livro, os leitores encontrem uma imagem. Tirem uma fotografia, retratem algo. Vamos começar com a obra Nome de Guerra, de Almada Negreiros. Essas fotografias percorrerão depois o país, funcionarão como uma síntese desse livro. O projecto vai ser anunciado oficialmente por estes dias.» Pilar del Río, em entrevista ao jornal Público, onde garante ainda que Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas!, romance que José Saramago deixou inacabado, será publicado. «Como? Ainda não o sei. Neste momento, o editor português, o brasileiro, a espanhola, o italiano e o norte-americano estão à procura da fórmula. São umas páginas tão extraordinárias que devem ser publicadas de forma especial.»

Quinze escritores em carta aberta à ministra da Cultura

«O livro representa, hoje em dia, um espaço de transformação acelerada a que nenhum de nós pode ficar indiferente. Sobre o livro repousa uma herança segura e ergue-se um futuro de novos contornos ainda indefinidos. Certo, porém, é que todos queremos que, através dele, sejam resguardados os valores fundamentais do Humanismo e da Cultura. Por isso os estados desenvolvidos, designadamente os europeus, não abdicam de preservar as instituições que os salvaguardam.
Entre nós, conhecidos por estarmos no fundo das estatísticas no que a estes campos diz respeito, vimos, para felicidade de todos, ao longo das últimas décadas, a situação alterar-se. A implicação activa do Estado Democrático foi determinante nessa mudança da qualificação dos cidadãos. No que diz respeito à leitura, o Instituto Português do Livro foi a cabeça promotora dessa alteração. Além disso, desde que foi criado, em 1980, e através duma história rica em acontecimentos, é inegável que a promoção da Literatura portuguesa e lusófona, tanto em Portugal como no estrangeiro, se deveu muito ao esforço de encontrar e estimular parceiros para a edição e difusão dos nossos autores. A sua eficácia tem sido amplamente reconhecida. Apesar dos magros recursos, o IPL foi até há pouco considerado uma instituição modelar perante as suas congéneres. No entanto, nos últimos tempos, ficou bem claro o desinvestimento a que foi sujeito, designadamente com a passagem de Instituto a Direcção Geral .
Mesmo assim, isso não impediu que essa imagem institucional, para as entidades e personalidades estrangeiras que procuram apoio e conselho para iniciativas ligadas ao livro se mantivesse. Nem a redução drástica de meios foi obstáculo a que a experiência e o empenhamento dos funcionários do Instituto e, depois, da Direcção Geral, sempre tivessem respondido às várias solicitações, a que se deve acrescentar o excelente trabalho da rede de Bibliotecas Públicas nascida da iniciativa do IPL.
É por isso com estupefacção que os abaixo-assinados tomaram conhecimento daquilo que, na prática, é a extinção do único organismo que representava o empenhamento do Estado Português, através do Ministério da Cultura, numa das áreas que melhor tem representado o nosso país na sua transformação democrática: a difusão da sua literatura. Se isto não significa, como é óbvio, o fim da criação literária, nem o fim dos hábitos de leitura, nem o fim do livro, esta fusão vem dar no entanto uma imagem cada vez mais pobre de um mundo político que confunde gestão de meios com o extermínio cego das instituições que funcionam.
A reintegração da gestão dos assuntos do livro e da leitura na Biblioteca Nacional de onde em devido tempo foi autonomizada, significa a desvalorização, secundarização e desprezo por todo um sector que está em mudança, que carece de elos de coordenação, confrontação com as práticas globais, protecção das obras literárias portuguesas e lusófonas, articulação com os agentes nacionais e estrangeiros que as difundem. A dispersão das pessoas que conhecem o assunto, a desintegração dos saberes acumulados, a redução drástica de meios, significarão um retrocesso real e efectivo e nós não nos conformamos com esta perda.
Creia, Senhora Ministra, que o protesto que fazemos é um sinal de indignação, mas também de desalento perante o rumo que está a ser dado a este sector da Cultura no nosso País, e que nenhuma crise económica, que aceitamos ser grave e obrigar a sacrifícios, justifica.»
Pedimos-lhe que reconsidere.

 

Lisboa, 10 de Novembro, 2010

Ana Luísa Amaral • Almeida Faria • António Lobo Antunes • Gastão Cruz • Gonçalo M. Tavares • Hélder Macedo • Hélia Correia • Inês Pedrosa • Lídia Jorge • Maria Velho da Costa • Mário de Carvalho • Mário Cláudio • Nuno Júdice • Pedro Tamen • Vasco Graça Moura.

 

Resposta de Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura.

Congresso Internacional Fernando Pessoa

Com o objectivo de «criar um diálogo entre os especialistas da obra de Pessoa e os criadores que nela se inspiram – poetas, pintores, músicos, cineastas», a Casa Fernando Pessoa organiza três dias de debate no Teatro Aberto, em Lisboa: de 23 a 25 de Novembro. Lista de participantes e condições de inscrição aqui.