A partir de 2010, o prémio distinguirá todos os anos um ensaio literário, de autor português, e terá o valor pecuniário de 7500 euros. Organização da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e da Associação Portuguesa de Escritores.
É coisa rara, mas o The Telegraph conseguiu. Uma entrevista onde o escritor norte-americano fala sobre dois dos seus livros, editados há poucos meses em Portugal: O Que É o Quê (Casa das Letras) - crítica de José Riço Direitinho publicada na LER de Novembro - e O Sítio das Coisas Selvagens (Quetzal) - crítica de Rogério Casanova na edição de Janeiro.
Dave Eggers (Boston, 1970) é um dos «meninos de ouro» da nova literatura norte-americana, em conjunto com o imaginativo Jonathan Safran Foer e o eclético Michael Chabon. Jornalista de formação e editor de uma pequena revista cultural, estreou-se nas letras em 2000 com um romance que de imediato o catapultou para as preferências dos leitores e dos críticos, A Heartbreaking Work of Staggering Genius. O Que É o Quê tem como subtítulo A História de Valentino Achak Deng e o prefácio é escrito por Achak Deng, ele próprio, refugiado sudanês a viver actualmente em Atlanta, revertendo os fundos da venda dos direitos do livro – somos disso informados no final – para várias ONG que trabalham no Sudão. Estes factos poderiam ser despiciendos para uma recensão crítica se não estivéssemos perante um livro que se assume como «romance». Ora quais são então aqui os limites entre ficção e não-ficção? Diz-nos Achak Deng, no prefácio, que durante anos contou oralmente a sua história ao autor e que «este livro é o retrato emotivo da minha vida». Ora é nas emoções (que o escritor não viveu) que se encontra a ficção, e isso nota-se. Pois este romance intenso – ao mesmo tempo picaresco e épico – consegue fazer-nos sentir, de maneira quase vívida, o que é viver noutra cultura. São os mecanismos da ficção que nos fazem entrar na vida do «outro». Com lirismo e precisão nos detalhes, Eggers conta-nos da solidão, do medo, da fome, da doença, dos ataques de animais selvagens, da crueldade nas suas formas mais imaginativas, narrando a vida de Achak Deng durante a guerra civil no Sudão (1983-2005), que teve que deixar a sua aldeia, Marial Bai, quando esta se transformou num campo de batalha entre forças governamentais e soldados rebeldes, quando chegaram os helicópteros e foi queimada e ocupada. Com este «menino perdido» (assim são nomeadas as dezenas de milhares de crianças que se viram apartadas dos pais) visitamos um campo de refugiados na Etiópia e outro – vastíssimo – no Quénia; mais tarde estamos finalmente em Atlanta, onde ele tem uma casa mobilada com dádivas da Igreja Metodista e um emprego na recepção de um health club. Com inegável talento, Dave Eggers consegue passar para a narrativa a elasticidade necessária para que a história viaje do presente para o passado e vice-versa sem perturbar a atenção do leitor. Este romance singular, apesar de todas as tragédias, não é depressivo nem horrífico, antes se apresenta como um verdadeiro acto de fé e de esperança. José Riço Direitinho [LER nº 85]
Jô Soares justifica assim o espectáculo que traz até ao Teatro Villaret, em Lisboa, entre 29 de Janeiro e 7 de Fevereiro de 2010. «Prefiro "dizer" a "declamar”», acrescenta o apresentador brasileiro. Por isso, prepare-se, Jô Soares vai dizer poemas de Pessoa, tal como fez emRemix em Pessoa, CD gravado em 2007.
«O grupo Leya e a livraria Barata estabeleceram uma parceria para a exploração daquele espaço da Avenida de Roma, em Lisboa. O acordo tem como objectivo a revitalização e dinamização da conhecida livraria, um dos ícones do universo livreiro da capital, e prevê, igualmente, a instalação, no piso -1, da "Loja do Professor", espaço que será dedicado aos professores e às editoras escolares integradas na Leya - Asa, Gailivro, Novagaia, Texto e Sebenta.» Mais informações aqui.
Enquanto se aguarda a tradução portuguesa, pode ler um excerto em inglês e a crítica (New York Times) do volume que encerra a trilogia O Teu Rosto Amanhã, de Javier Marías (blogue obrigatório). O primeiro capítulo (Febre e Lança) foi lançado em 2005 pela Dom Quixote, que tenciona editar os dois próximos em data ainda a definir.
A edição de 2009 do prémio bienal foi atribuído ao livro As Têmporas da Cinza (Cotovia), de A. M. Pires Cabral, por decisão unânime do júri constituído por quatro membros da direcção da Fundação Luís Miguel Nava (Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz e Luís Quintais), e pelo poeta e crítico António Carlos Cortez. «A limpidez e a precisão da escrita de A. M. Pires Cabral, a sua penetrante e austera visão dum mundo cuja expressão encontra numa espécie de imitação da terra o modelo para uma linguagem poética de invulgar intensidade, fazem deste autor um dos casos mais representativos da nossa melhor poesia contemporânea», lê-se no comunicado.
Pode descarregar em pdf a entrevista de A. M. Pires Cabral a Carlos Vaz Marques (com fotografias de Pedro Loureiro) publicada nas páginas da LER em Outubro de 2008. Está já aqui ao lado, na coluna «Lido e Publicado».
José Rodrigues dos Santos atingiu esta semana, com a nova edição (a 11ª) de Fúria Divina (lançado a 24 de Outubro), a marca de um milhão de livros vendidos em Portugal, «que engloba as obras de ficção e não ficção. O livro mais vendido permanece O Codex 632, com 189 000 exemplares, embora Fúria Divina se tenha tornado agora a obra de mais rápida venda deste autor [150 mil exemplares]», lê-se no comunicado da Gradiva.
O vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros com o pelouro do livro escolar, Vasco Teixeira, concorda com a decisão da ministra da Educação de não aplicar o acordo ortográfico nas escolas em 2010. «Mostra conhecer o assunto porque é completamente impossível aplicar o acordo ao sistema educativo já em Setembro de 2010. Todo o processo implica a produção de milhões de manuais, ajustes nas bibliotecas escolares, na formação de professores e tudo isso demora bastante tempo e tem que ser bem planeado», afirmou à TSF.
Maria do Rosário Pedreira abandona o seu cargo de editora da Quid Novi a partir de 31 de Dezembro, assumindo funções no grupo Leya em Janeiro. Ana Pereirinha assume os projectos em curso na editora. Desenvolvimento da notícia no Público.
«Maria do Rosário Pedreira terá como principal tarefa a selecção e edição de obras de novos autores portugueses, uma área que é de importância decisiva para a Leya e onde aquela editora tem desenvolvido um trabalho cuja qualidade é unanimemente reconhecida. A nova editora assumirá ainda responsabilidades na concepção e execução de um conjunto de projectos especiais na área das edições gerais do grupo, que visam reforçar, no país e no estrangeiro, o prestígio e a notoriedade dos catálogos e autores da Leya.»