A nova edição de Paralelo 42 (Presença), primeiro volume de U.S.A., chega às livrarias dia 14 de Julho - recorde-se que a última tradução em Portugal desta obra de John dos Passos (1896-1970) aconteceu em 1963, com chancela da Portugália. A Presença promete ainda para breve 1919 e The Big Money, os dois livros que completam a trilogia, depois de em Abril ter publicado Manhattan Transfer.
Quatro estreantes fazem parte da shorlistdo prémio monetariamente mais valioso do mundo (35 mil euros) dedicado a colectâneas de contos: Petina Gappah, Wells Tower, Shih-Li Kow e Simon Van Booy juntam-se a Philip O Ceallaigh e Charlotte Grimshaw. O vencedor será anunciado a 20 de Setembro, durante o Frank O'Connor International Short Story Festival, que se realiza anualmente na cidade irlandesa de Cork. Haruki Murakami foi um dos últimos galardoados.
Para já, na coluna ao lado, mais crónicas de Abel Barros Baptista, Pedro Mexia, José Mário Silva, Filipe Nunes Vicente, Rogério Casanova e Jorge Reis-Sá.
Álbum com dezenas de ilustrações publicadas por João Fazenda na imprensa portuguesa, editado agora pela Assírio & Alvim (textos de João Paulo Cotrim).A Luz dos Livros, título do desenho que fez a capa da LER em Dezembro, abre as páginas de Combo. E nós orgulhosos.
«Os escritores são uma raça à parte. A literatura não é democrática. Ela é baseada na desigualdade. Se você escutar que a França tem mil escritores, isso não é boa notícia. Esse número precisa diminuir. A literatura é baseada numa seleção sem piedade, que guarda o grande valor. Até aceito a literatura medíocre ou média pois ela cumpre uma função, atrai e garante leitores que um dia poderão ir em direção à grande literatura. O perigo começa quando a literatura mediana quer impor suas leis. É preciso que esses universos fiquem bem separados, sem intervir um no outro, como castas.»
É hoje à tarde (18h30), na Bertrand do Chiado, em Lisboa, a sessão de lançamento da novíssima edição (aumentada) da biografia de Eça de Queirós, de Maria Filomena Mónica (edição Quetzal). Para a apresentação, além da autora, António Sousa Homem e Francisco José Viegas. Haverá queijadas de Sintra.
Extractos do próximo romance de Miguel Sousa Tavares, No Teu Deserto, a lançar pela Oficina do Livro no final da primeira semana de Julho:
«Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.»
«Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-te, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela idade, com aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste exposta, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma.»
«Parecia-me que já tínhamos vivido um bocado de vida imenso e tão forte que era só nosso e nós mesmos não falávamos disso, mas sentíamo-lo em silêncio: era como se o segredo que guardávamos fosse a própria partilha dessa sensação. E que qualquer frase, qualquer palavra, se arriscaria a quebrar esse sortilégio.»
«Eu sei que ela se lembra, sei que foi feliz então, como eu fui. Mas deve achar que eu me esqueci, que me fechei no meu silêncio, que me zanguei com o seu último desaparecimento, que vivo amuado com ela, desde então. Não é verdade, Cláudia. Vê como eu me lembro, vê se não foram assim, passo por passo, aqueles quatro dias que demorámos até chegar juntos ao deserto.»
Apresentado como «Quase Romance», No Teu Deserto terá apenas 128 págs.
É amanhã, às 21h30, na Casa da Morna, em Lisboa. Para além do autor, José Eduardo Agualusa, a sessão contará ainda com a participação especial do músico João Afonso. Primeiro capítulo do romance disponível a partir daqui.