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LER

Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Javier Marías recebe Prémio José Donoso

Javier Marías foi ontem distinguido com o Prémio Ibero-Americano de Letras José Donoso. O escritor espanhol é o mais jovem a receber o galardão, desde que este foi criado em 2001 pela Universidade de Talca (Chile) para homenagear a memória do escritor chileno (1924-1996). Distinções anteriores: António Lobo Antunes, Ricardo Piglia, Antonio Cisneros, Isabel Allende, Beatriz Sarlo e José Emilio Pacheco. Em Portugal, os livros de Marías estão publicados pela Dom Quixote e pela Relógio d'Água.

A última entrevista de Soljenitsine

O The Independent publicou ontem a última entrevista de Alexander Soljenitsine. Foi há um ano.

 

Are you afraid of death?

No. When I was young, the early death of my father cast a shadow over me – and I was afraid to die before all my literary plans came true. But between 30 and 40 years of age my attitude to death became quite calm and balanced. I feel it is a natural, but no means the final, milestone of one's existence.

 

Anyhow, we wish you many years of creative life.

No, no. Don't. It's enough.

 

A ilustração, claro, é do Pedro Vieira. Retirada daqui.

O último livro de Doris Lessing

Crítica e excerto no The New York Times do último livro de Doris Lessing (prémio Nobel em 2007), Alfred & Emily (Harper). «Doris Lessing once declared that “fiction makes a better job of the truth” than straightforward reminiscence, and while that might well be true of her celebrated and semi-autobiographical Martha Quest novels, it’s an observation that doesn’t apply at all to her latest book, “Alfred & Emily,” an intriguing work that is half fiction, half memoir.»

EPC gostaria de ter dirigido uma grande editora

O então conselheiro cultural na Embaixada de Portugal em Paris preparava o segundo volume do seu diário Tudo o que Não Escrevi (ASA) quando foi entrevistado por Francisco José Viegas (com fotografias de Silvia Seova) para a edição de Outono de 1993 da LER. Eduardo Prado Coelho, 49 anos, falou de tudo um pouco: escrita, livros, futebol, política e coisas simples do quotidiano, como a compra de um Macintosh portátil. «Isso transformou-me radicalmente… Uma das coisas que me fascina é poder escrever num computador à mesa do café. […] Sou incapaz de escrever num espaço completamente fechado.» Por isso, escrevia nos cafés de Paris e num hotel na Bretanha, mesmo em frente ao mar. E isso fazia-o sonhar. «Algumas vezes, a ideia de poder ter uma existência de considerável isolamento durante largos períodos do mês numa casa junto ao mar, com uma calma particular, instala-se em mim cada vez mais.» Prado Coelho contava ainda ter escrito «meia dúzia de poemas» quando era novo, mas que ficara por aí: «Podiam nem ser maus, mas eram dispensáveis à face do mundo.» E revelava: «Custa-me que a pessoa fique […] colada a uma profissão. Isto, quando há muitas outras profissões que eu gostaria de ter tido… Fazer um filme, ser psicanalista, dirigir uma grande editora, por aí fora…» O crítico, ensaísta e professor universitário faleceu a 25 de Agosto de 2007, em Lisboa.

 

Texto publicado na edição de Maio da LER (69).

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