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LER

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Um poema de Maria Sousa

podemos cantar um canção os dois

a valsa da matilde do waits

a voz do vinagre onde o álcool se transforma

em som

algures no nosso oeste

cactos e bagaço

o blue valentine na kentucky avenue

uma lágrima numa longa

noite sem fim

porque esperamos?

não sei

juro que não sei sentada na berma

já tenho doses de noites a

mais

de esquinas e portas

de adeus em adeus

elas não suportam a separação

não choram mais porque secaram

i never talk to strangers

o som da cidade

fica restabelecido e já não tenho horas

o relógio parou

e eu faço um gesto obsceno

e desapareço

 

Maria Sousa, in Postais Tristes, ed. Do Lado Esquerdo