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LER

Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Entrevistas de Mário Dionísio

O primeiro aniversário da Casa da Achada - Centro Mário Dionísio é pretexto suficiente para o lançamento de Mário Dionísio - Entrevistas (1945-1991). A primeira parte do volume («Mário Dionísio entrevistado») é constituída por 21 entrevistas dadas por Mário Dionísio; a segunda parte («Mário Dionísio entrevistador») retoma os Encontros em Paris (conversas com os pintores Jean Lurçat, Fernand Léger, André Fougeron, Boris Taslitsky, Pignon, Orazi, Chávez Morado, Carlos Scliar), inicialmente publicados na revista Vértice (1949-1950), e as entrevistas a Portinari (1946) e a Vieira da Silva (1958). Marque na agenda: 30 de Setembro, às 18h.

Novos romances de Agualusa e Miguel Real nas livrarias a 27 de Setembro

«Iara, jovem linguista portuguesa, faz uma incrível descoberta: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua, a nível global, de forma insidiosa, porém avassaladora e irremediável.» Milagrário Pessoal, o novo romance de José Eduardo Agualusa, é uma das grandes apostas da Dom Quixote para a rentrée, marcada também pelo lançamento de mais um título de ficção de Miguel Real, desta vez sobre as memórias da rainha D. Amélia.

A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa

O primeiro volume da colecção do acervo da Casa Fernando Pessoa, organizado por Jerónimo Pizarro, Patricio Ferrari e Antonio Cardiello, é lançado amanhã, às 18h, na Casa Fernando Pessoa. «Fernando Pessoa foi o primeiro a imaginar um catálogo da sua biblioteca particular por volta de 1913. Embora não saibamos ao certo qual terá sido a sua motivação nem como a teria catalogado, este livro procura ser esse catálogo e muito mais: tantos são os livros que Pessoa anotou, que se impunham alguns destaques e transcrições; tantos os livros que vendeu ou cuja localização se desconhece, que era preciso documentar algumas dessas vendas e extravios. A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa, para além de oferecer uma imagem de cada um dos livros (e de alguns jornais e revistas) que Pessoa leu, corrige e complementa tentativas anteriores de catalogação e dá a conhecer um acervo único através do qual é possível compreender melhor o universo pessoano, descobrindo e adivinhando a proximidade entre a leitura e a criação.

Este é o primeiro de três livros que apresentam o espólio da Casa Fernando Pessoa. Primeiro a biblioteca particular, dada a sua magnitude e o facto de ter sido digitalizada para possibilitar a sua consulta on-line; segundo, os objectos que pertenceram ao escritor e que ainda evocam a sua figura; e, terceiro e último, todo o material iconográfico que conserva a Casa-Museu destinada a homenagear Fernando Pessoa.»

Prémio LeYa nas livrarias a 5 de Março

Um dia depois do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, e do primeiro-ministro José Sócrates entregarem o prémio a João Paulo Borges Coelho, na embaixada de Portugal em Maputo, o romance inédito O Olho de Hertzog chega às livrarias portuguesas com a chancela da LeYa. Ainda este mês, aliás, o escritor moçambicano viaja para Portugal, onde tem já marcadas três sessões de apresentação do livro premiado: em Lisboa, na Sociedade de Geografia, a 18 de Março, com apresentação de Fernando Rosas; no Porto, a 19 de Março, na Livraria Leitura Shopping Cidade do Porto, com apresentação de Salvato Trigo; e em Coimbra, na Livraria Almedina, a 20 de Março, com apresentação de Boaventura Sousa Santos. Pré-publicação exclusiva de um excerto de O Olho de Hertzog na edição de Março da LER, quinta-feira nas bancas.

Nada de Dois, por Pedro Mexia

Lançamento marcado para amanhã, às 19h, no foyer do Teatro Aberto, em Lisboa, com apresentação de Nuno Artur Silva e leitura de excertos por Joana Seixas e Albano Jerónimo.


JOANA [doce]
Tu és uma pessoa extraordinária.

VASCO
Não se pode falar contigo.

JOANA
Tu reages às coisas boas como se fossem más.

VASCO
Isso é muito insensível da minha parte. Pensava que fosse uma pessoa extraordinária.

JOANA
Não sei o que é que tu queres ouvir.

VASCO
Isso é um bocado básico, não é, «o que é que tu queres ouvir»? Quero a minha campainha, o meu torrão de açúcar, a mão na crina e


[pausa]

não tenho mais metáforas animais, embora ajudasse ser um bocadinho mais animal.

JOANA
Estás a dizer que eu gosto de animais?

VASCO
São os genes, minha querida. Vai-te queixar ao Mendel.

Saramago e Caim: «Na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia»

«O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!»

José Saramago, ontem, no lançamento de Caim.

Poesia reunida de António Osório apresentada amanhã

Guilherme de Oliveira Martins, Eugénio Lisboa, Fernando J.B. Martinho e José Manuel de Vasconcelos apresentam amanhã A Luz Fraterna - Poesia reunida (Assírio & Alvim), de António Osório, antologia de toda a obra poética produzida entre 1965 e 2009. A partir das 18h30, na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura, em Lisboa.


«A poesia de António Osório – e nela incluo, por assim dizer, todos os seus livros, mesmo os que, aparentemente, são de prosa — é sempre em verso livre (quando leio obras como a Libertação da Peste — livro notável — ou Crónica da Fortuna, o meu ouvido “diz-me” que estou a ler versículos, como quando leio A Raiz Afectuosa ou A Ignorância da Morte.)
Do já citado livro de C.S. Lewis, recolho uma observação pertinente e que me parece ser digna de ser tomada em conta pelos leitores da obra de António Osório, que agora se publica “completa”. Diz Lewis ser “possível que aos jovens de hoje se tenha deparado demasiado cedo o verso livre. Quando este é veículo de verdadeira poesia, os seus efeitos auditivos são de extrema subtileza e, para uma verdadeira apreciação, exigem um ouvido longamente familiarizado com a poesia metrificada. Aqueles que acreditam poder apreciar verso livre sem experiência de métrica estão, creio eu, a enganar-se a si próprios, tentando correr antes de saberem andar. Mas na corrida literal as quedas magoam e o aspirante a corredor logo descobre o seu erro.” Um dos grandes prazeres que podemos deduzir da leitura dos livros do autor de Décima Aurora vem de podermos ir ajustando, com cuidado e alguma teimosia, o nosso ouvido à música subtilíssima que se esconde na só aparente “liberdade” que os versos sugerem.» Eugénio Lisboa