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LER

Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

Próximo livro de António Lobo Antunes

«Este próximo livro ainda está muito longe do que eu queria. Sei lá se vai ser um livro? É muito ambicioso do ponto de vista técnico formal. É a voz de uma rapariga que se desdobra em três. Como lidar com isto? Misturando a técnica e a emoção, porque um livro só com técnica e sem emoção é frio e sem charme; um só com emoção é um delírio desestruturado...» Entrevista completa no Diário de Notícias.

«Os labirintos só têm graça quando nos perdemos neles»

As crónicas que Pedro Mexia vem publicando desde 2007 no Público reunidas num único volume: As Vidas dos Outros (Tinta-da-China). «Há de tudo, numa sequência imprevisível», escreve o historiador Rui Ramos no prefácio. «Epicuro no seu jardim ateniense, Paulo na estrada de Damasco, um rei que escreve sobre depressões, um duque que vende Ticianos, os esqueletos de Vesalius, o coração «irrequieto» de Händel, a confissão de Luís XV, os pavões de Darwin, Baudelaire fotografado por Nadar, a sorte do general Custer, a «cabeça feroz» de Sandokan, o mais célebre urinol do mundo, o último voo de Leslie Howard, um músico num campo de concentração, o chão pisado por Francis Bacon, a pessoa que era Frank Sinatra, o postal que era Audrey Hepburn, um grande escritor que se chamou J.G. Ballard, uma morte em Chappaquiddick, as cuecas de Tracey Emin. Não procuremos o fio condutor. Os labirintos só têm graça quando nos perdemos neles.»

Autores cinco estrelas - e os outros

«Existem autores absolutamente cinco estrelas? Existem. Entre outros, Agustina Bessa Luís, Alejo Carpentier, Carson McCullers, Clarice Lispector, Eça de Queiroz, Érico Verissimo, Flannery O’Connor, Gore Vidal, Graham Greene, Henry James, J.M. Coetzee, John Banville, John Cheever, John Le Carré, John Updike, Jorge de Sena, Machado de Assis, Philip Roth, Rubem Fonseca, Salman Rushdie, Toni Morrison, Truman Capote, Virginia Woolf e Vladimir Nabokov. E depois os autores que, em cada época, estão na moda, condicionando leitores e (alguns) críticos: Amis, Bolaño, Franzen, Littell, Pynchon, Yourcenar. Tudo relativiza as estrelas hebdomadárias.» Texto completo de Eduardo Pitta aqui.

Mesa marcada! Último dia para inscrições

Os primeiros e-mails com reservas ou pré-reservas para o almoço com os leitores da LER, divulgado na última edição da revista, já indicavam que Lisboa seria a cidade escolhida pela maioria dos inscritos. Assim será: dia 30 de Outubro, a partir das 13h, no bistrô 100 Maneiras (Largo da Trindade, 9), com o chef Ljubomir Stanisic a marcar o ritmo gastronómico da tarde. Repetimos o que escrevemos no início de Setembro:

A ideia do almoço surgiu à mesa, ainda o Verão não tinha começado. Ideia simples: conhecer os leitores, cara a cara, um por um, sem a intromissão de estudos de audiência, médias de idade ou zonas geográficas dominantes. Conhecê-los onde melhor se conhecem as pessoas, à mesa, num almoço prolongado. Reclamações, críticas, sugestões, leituras, desabafos – cabe tudo neste encontro, onde não faltarão os cronistas da LER. Haverá livros para sortear, revistas para oferecer e uma ou outra surpresa. Mas não nos desviamos do prato principal: um encontro genuíno e prolongado com os nossos leitores, sem truques na manga, estratégias de marketing ou almoços grátis: por isso, o preço de inscrição é de 30 euros e, desenganem-se os mais conspirativos, não ganhamos um cêntimo com a iniciativa. Os interessados devem ligar para Maria José Pereira (217626115) ou enviar um e-mail para ler@circuloleitores.pt. As inscrições terminam a 26 de Outubro. Gostávamos de ter sala cheia.

Gramática cientificamente adaptada

«Não existe um dicionário ou uma gramática em língua portuguesa cientificamente adaptada das comunidades linguísticas da CPLP. Um vocabulário científico e técnico também não existe e são essenciais para a sedimentação de um espaço da comunidade portuguesa.» Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, durante a abertura do encontro internacional «Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado», que termina hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Anatomia do ensaio e do fragmento

O novo livro de João Barrento, O Género Intranquilo (ed. Assírio & Alvim), apresentado há dias por Eduardo Lourenço, já está nas livrarias. «Arrumo os fragmentos segundo uma ordem possível, afino a escrita, aparo a acutilância do conceito, tento um princípio organizativo que evidencie a progressão da experiência, do fenómeno – disseminado, anárquico – para a ideia –, concisa, fulguração a caminho de uma síntese. Acorrem primeiro imagens, metáforas produtivas, a palavra-maná que alimenta o delírio conformável a uma qualquer tecitura. Depois, pouco a pouco, o aglomerado informe poderá ir-se consolidando, convergindo para definições lapidares, provisórias, feixe de energia irradiante que permite ao pensamento ir progredindo. No acto de fruição dessas imagens – como alguém disse de um praticante do ensaio tão especial como Walter Benjamin – o sujeito vive-se já como ensaísta que soberanamente domina o mundo e que, no caleidoscópio do seu texto, faz fulgurar sempre novas conexões. (Poderá o ensaio sobre o ensaio ser, ele próprio, uma demonstração viva de uma teoria ou fenomenologia do ensaio? Pode pelo menos, a cada momento, dar a ver ao leitor o lugar onde está, o patamar a que acedeu, o caminho que segue.)»

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