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Argentinos em Frankfurt

Este ano, a Feira de Frankfurt é dedicada à Argentina. Está finalmente pronta a lista dos autores que seguirão de Buenos Aires (e Paris, e Genebra, etc.) para abrilhantar a representação argentina na Alemanha. Entre eles, Alberto Manguel (de dupla nacionalidade, canadiana e argentina), Mempo Giardinelli, Leopoldo Briuzuela, Guillermo Martínez, Marcelo Birmajer, Claudia Piñeiro, María Kodama, Ana María Shua ou Juan Gelman, entre outros. Haverá um destaque especial para Jorge Luis Borges, Tomás Eloy Martínez e Julio Cortázar. Mais informações aqui.

Judt: um ensaio

Tony Judt na The New Yor Review of Books — um ensaio para recordar: «Meritocrats».

 

«I came up to King’s College, Cambridge, in 1966. Ours was a—perhaps the—transitional generation. We were past the midpoint of the 1960s—the Mods had come and gone and the Beatles were about to record Sgt. Pepper—but the King’s into which I was matriculated was still strikingly traditional. Dinner in Hall was formal, begowned—and required. Undergraduates took their seats, awaited the arrival of the Fellows, then rose to watch a long line of elderly gentlemen shuffle past them on their way to High Table.»

Nova editora.

João Gonçalves, ex-responsável de marketing da Oficina do Livro e, posteriormente, director da marketing das editoras do grupo Bertrand (de onde saiu em Junho último) avança com a sua nova editora já para este Outono — o Clube do Autor (CAL). A acompanhá-lo, Cristina Ovídeo, que também foi editora da Oficina do Livro e, depois, da Planeta. A editora está instalada na Cruz Quebrada (curiosamente, onde também estava a Oficina dos tempos de António Lobato de Faria) e os primeiros livros da sua chancela estão previstos para Outubro. Será uma editora generalista, tanto para ficção como para não-ficção.

Ruy Duarte de Carvalho, 1941-2010.

Nasceu em Santarém, Portugal, em 1941, e passou a infância e adolescência no sul de Angola. Regente agrícola, mais tarde estudou cinema em Londres e doutorou-se em antropologia, com uma tese sobre os pescadores da Ilha de Luanda, na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris. Foi Professor Convidado na Universidade de Coimbra e da Universidade de São Paulo.
Iniciou a sua obra poética em 1972 com a publicação Chão de Oferta que venceu o Prémio Mota Veiga. A sua produção é variada, cobrindo a poesia, a ficção narrativa, o ensaio e o cinema.Em 1982, levou a cabo um pioneiro exercício de tradução/apropriação da grande tradição lírica oral nas várias línguas autóctones africanas que reuniu em Ondula Savana Branca. É ainda autor de obras de ficção  — entre elas, Como se o mundo não tivesse Leste, (1977 e 2003), Vou lá visitar pastores (1999) e Os Papéis do Inglês (2000). Morreu em Swakopmund, na Namíbia, na passada quinta-feira.


Francisco José Viegas sobre a morte de Ruy Duarte de Carvalho:

«Foi o José Eduardo Agualusa que mo apresentou há anos – a ele e aos seus livros, de que naturalmente elejo Vou Lá Visitar Pastores, Os Papéis do Inglês e a poesia reunida em Lavra. Depois, entrevistei-o – uma hora de tv no defunto Ler para Crer. Retive uma imagem: a do homem do deserto, cruzando a solidão do Namibe (Moçâmedes), falando com solitários, albergando-se em acampamentos de mucubais. Mais tarde servi-me de duas ou três imagens dos seus livros, para livros meus. De vez em quando, assistia a diálogos curtos entre Ruy Duarte de Carvalho e José Eduardo, de Angola para o Brasil, de Angola para Portugal. A sua seriedade absoluta intimidava, era feita daquele raríssimo orvalho que alimentava a Welwitschia mirabilis, a planta do deserto. A sua morte colhe-nos em pleno Verão sem tempo para homenagens que não sejam a de procurar os seus livros na estante.


Há uma palavra a dizer ainda: a André Jorge, o editor da Cotovia. A Cotovia publicou os seus livros com uma notável fé, apoiando o seu autor, nunca lhe negando espaço no catálogo. Devemos a André Jorge, editor e amigo pessoal de Ruy Duarte de Carvalho o conhecimento de uma figura fascinante da nossa língua e da nossa memória de África

720 livrarias 720

É o número das livrarias da cadeia Barnes & Noble nos EUA, avaliada em cerca de 700 milhões de dólares — e que podem estar à venda. Observadores do mercado americano justificam a operação com o aumento de leitores de livros online e em suportes digitais (notícia no Público). Há pouco tempo a B & N lançou o Nook, o seu leitor de e-books (a um preço de USD$150) e o anúncio ocorre depois de, há poucos meses, ter adquirido a maior cadeia de livrarias universitárias. Este ano, as acções da B & N já cairam 32% em bolsa.