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Cinema para Snobs

O título completo é Dicionário de Cinema para Snobs - Tudo o que precisa de saber para fazer de conta que sabe, da autoria de David Kamp e Lawrence Levi e com edição portuguesa da Tinta-da-China. Prefácio assinado por Pedro Mexia: «Não do cinéfilo clássico que trata este pequeno manual cómico e erudito. David Kamp e Lawrence Levi pensam numa criatura mais recente, cujo modelo não é Truffaut mas Tarantino. O «snob» que eles gozam conhece as referências canónicas mas exibe um gosto mais contemporâneo e abrangente. Não cresceu em cinematecas mas em lojas de vídeo, não cursou cinema mas estudou atentamente os extras dos DVD da Criterion. É um elitista populista, que usa termos como "diegese" ou "meditação sobre o desejo", mas tem um fraquinho por filmes mexicanos de luta livre, musicais de Bollywood, por géneros como o giallo e o peplum. O cinéfilo snob ainda frequenta as altas esferas, a Nova Vaga Iraniana, digamos, mas nada lhe dá mais gozo de que os filmes "esquecidos", "menores", "malditos". Cinema de massas para intelectuais, eis o apetite paradoxal do novo cinéfilo, isto é, do novo snob. Kamp e Levi gozam com os snobs cinéfilos porque são uns snobs cinéfilos. Não tinha graça nenhuma se não fosse assim.»

Crónicas de Rui Tavares

O Fiasco do Milénio e Outras Tragédias Menores é o título do livro, editado agora pela Tinta-da-China, que reúne três anos de crónicas de Rui Tavares publicadas na revista Blitz. «Algumas obsessões foram tomando corpo: o futuro e o passar do tempo em geral, as cidades, alguns clarões da infância, a relação entre as artes e a filosofia. O tom era mais pessimista e melancólico do que seria meu hábito. Habituado a escrever duas vezes por semana sobre assuntos correntes, esta coluna era um mergulho mensal na liberdade absoluta. Era muitas vezes a "outra" crónica, imprevista para mim ao escrevê-la ainda antes de ser passada aos leitores.»

Em casa de JG Ballard

Há quatro anos, Paulo Moura entrevistou JG Ballard, em Shepperton, nos arredores de Londres. Quando passa uma semana sobre a morte do escritor britânico, o jornalista recupera no seu blogue o texto publicado. «Ao ver o escritor, de olhos brilhantes e cabelo comprido, com um ar um pouco desorientado, na sua sala cheia de pó, com sapatos, caixotes, livros e revistas sobre a carpete desbotada, junto à sua secretária com uma antiquada máquina de escrever eléctrica coberta com um plástico... é impossível não o imaginar como uma das suas próprias personagens. Talvez David Markham, o curioso e lúcido psicólogo de Gente do Milénio, que se deixou fascinar pela causa de uma revolução absurda.»

DGLB out.

 

A direcção da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB) foi demitida por não ter entregue o SIADAP 2008. Ver notícia no Público sobre «o afastamento de funções de dez dirigentes de topo da função pública por irregularidades na aplicação do sistema de avaliação de desempenho dos funcionários».

[notícia de ontem neste blog às 16:53]

 

Ver notícia da Lusa/Diário Digital,

Lançamento de 'Luz Indecisa'

Segundo livro de poemas de José Mário Silva, editado pela Oceanos. Amanhã, às 19h, na livraria Pó dos Livros, em Lisboa. Conversa de Jorge Silva Melo com o autor e leitura de alguns poemas por Miguel-Manso.

 
hipermetropia

Nas fotografias mais antigas

ainda uso óculos: memória

das lentes riscadas e paninhos

de flanela. Um dia as dioptrias

desapareceram («óptimo», disse

o oftalmologista) e fiquei a ver

melhor ao longe – mas não tão

longe que consiga alcançar, hoje,

o que via quando as hastes me

magoavam atrás das orelhas.

 

 
código de hamurabi


Aos poetas prolixos, um

par de versos como cela.

 


atropelamento e fuga

Quando atravessas

a avenida, a realidade

colhe-te. Ficas caído

no asfalto, em pânico,

zonza figura, sem saber

ao certo quantos ossos

do teu corpo se podem

considerar intactos.

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