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O ataque à Web 2.0

 

tínhamos dado a notícia sobre a edição da Wikipedia em livro, numa edição alemã da Bertelsmann Lexikon, mas aí está anunciada a sua edição para Outubro, a tempo da feira de Frankfurt — mas apenas em alemão. O volume andará pelas mil páginas e custará 19,95€. Novidade: os factos, dados e nomes referidos na edição online foram revistos e conferidos pelos editores da versão em papel. E mais: só a lista dos colaboradores ocupa 30 páginas. Eis como a web 2.0 se transfigura.

Um prémio para quem?

 

Editorial | Opinião

 

A fotografia que ilustra este texto reproduz um trecho de Fernando Noronha, como se o arquipélago ficasse a meio do caminho entre Portugal e o Brasil, mas sensivelmente inclinado para o Brasil. Há uma razão para a ironia: as palavras de Ruy Espinheira Filho, presidente do júri desta edição do Prémio Camões, que admitiu uma coisa que não deveria ter admitido. Segundo o escritor baiano, o júri da 20 ª edição do Prémio Camões «decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros». Mais: «Esses é que foram trazidos para análise.»

Essas declarações inquinam o Prémio e desvalorizam-no, precisamente no momento em que a CPLP se reuniu em Lisboa e decidiu investir na promoção da Língua Portuguesa. Inquinam-no e desvalorizam-no porque não é admissível que o júri se tivesse centrado apenas em autores brasileiros, da mesma forma que seria lamentável centrar-se apenas em autores portugueses.

O que o presidente do júri acaba por admitir é a quase irrelevância dos critérios do mesmo júri, apesar de admitir que não traiu o espírito do Prémio. Vamos e venhamos: não está em causa a atribuição do Prémio a João Ubaldo Ribeiro, mas sim saber por que razões (e, admitamos, é necessário conhecê-las) o júri «decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros».

Sabemos, todos, que existe uma certa rotatividade na atribuição do Prémio Camões (até para ser atribuído a autores de Moçambique e de Angola se teve em conta essa rotatividade...), mas daí até admitir publicamente que o critério eliminaria 50% dos hipotéticos candidatos vai um passo muito grande.

Ou seja: aguardamos uma explicação.

Ficção científica

A crise na ficção científica — reportagem-tema do último Babelia: «La ciencia-ficción está de capa caída, un manto más oscuro que el de Darth Vader parece haber caído sobre nuestro querido género, en el terreno literario. La muerte y el crepúsculo se han adueñado de los viejos grandes maestros: el risueño Arthur C. Clarke ha fallecido (adieu Rama), JG Ballard se enfrenta a su personal apocalipsis en forma de cáncer y Ray Bradbury, a punto de cumplir 88 años, estruja su melancolía soñando con que esparcirán sus cenizas en los desiertos de Marte. Ya no están con nosotros Stanislaw Lem, Zelazny, Heinlein, Asimov... Son unos ancianos Aldiss, Pohl, Harry Harrison. No se ve surgir nombres a la altura de aquellos grandes que desaparecen.»

Lobo Antunes recebe Camões

António Lobo Antunes vai receber o Prémio Camões na próxima sexta-feira, dia 25, às 18h30, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos. O Prémio, o mais importante para autores de língua portuguesa, atribuído ao romancista em Março de 2007, pelo conjunto da sua obra, vai ser entregue no âmbito da Cimeira da CPLP pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e pelo Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Dicionário de Agustina

A Guimarães Editores acaba de editar Dicionário Imperfeito, de Agustina Bessa-Luís, organizado por Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira. Em pastas com textos dispersos de várias épocas (artigos, crónicas, alocuções, conferências) e recortes de jornais, os organizadores procuraram «ideias-chave, figuras, trechos significativos» da obra da escritora e ordenaram-nos alfabeticamente. Com este volume, a Guimarães Editores inicia a publicação da «Opera Omnia» de Agustina.

 

Vocação.

Eu tenho só uma [vocação], que é escrever. Usar a palavra, dar-lhe vida, confiar nela para que nela vejam verdades poderosas, como a de sermos destinados a coisas maravilhosas.

Falar no maravilhoso, hoje em dia, é um risco muito grande. Que digo eu? Um risco, não; uma espécie de loucura. Sejamos loucos quando os sensatos falham, e vamos pensando como encarar o maravilhoso.

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