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APEL escreve à Câmara de Lisboa sobre a Feira. Aliás, vai haver feira?

O Blogtailors, de Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes, divulgou ao final da tarde de hoje a seguinte carta de António Baptista Lopes, presidente da APEL e enedereçada à Câmara de Lisboa:

«… informamos termos tomado conhecimento da iniciativa da União de Editores Portugueses (UEP) de solicitar a disponibilização do espaço referente ao Parque Eduardo VII, para os dias coincidentes com a realização da 78ª Feira do Livro de Lisboa, com vista à organização de uma feira do livro paralela da responsabilidade daquela entidade. Uma intenção que, sabemos também, motivou a UEP a convocar uma reunião com os seus associados para apresentar as resoluções tomadas.
Entendemos ser nosso dever alertar V. Exa. para os graves problemas que estas atitudes podem trazer para a realização e sucesso da 78ª Feira do Livro de Lisboa, agendada para o próximo mês de Maio, sobretudo se a Câmara Municipal de Lisboa deferir o pedido feito pela UEP. Problemas que, sublinhe-se, se agudizariam no próximo ano.
De facto, conceder à UEP espaço para a organização de um evento em simultâneo com a 78ª Feira do Livro de Lisboa potenciaria a desvalorização cultural da feira que os lisboetas tanto estimam. Pior, constituiria um precedente que se revelaria extremamente difícil de gerir e cujas consequências afectariam a feira deste ano mas também os trabalhos de organização da Feira do Livro de 2009.
Isto porque passaria a haver toda a legitimidade para que outras associações de livreiros, de distribuidores, de alfarrabistas ou similares também apresentassem à Câmara Municipal de Lisboa um pedido de espaço para organização de uma feira do livro em simultâneo. Tal problema poderia ser mesmo extensível a outros sectores e outro tipo de eventos em espaço público.
Não é, pois, nenhum exagero afirmar que uma eventual resposta positiva à pretensão da UEP representaria abrir “uma caixa de Pandora” que, para além de todos os constrangimentos e polémicas, resultaria na descaracterização de um evento que tão bem tem servido os lisboetas e a cidade de Lisboa.
De caminho, é pertinente sublinhar que, objectivamente, não há qualquer argumento substantivo para que a organização da Feira do Livro de Lisboa não seja da responsabilidade da APEL, como aconteceu em 77 edições do certame.
Ao longo dos anos, a APEL soube sempre honrar os compromissos assumidos, com o rigor e o sentido de responsabilidade que decorre de organizar algo que é comummente considerado como a verdadeira festa do livro e que constitui um património bem mais valioso que qualquer pretensão de determinado agente ou conjunto de agentes.
É com base na justeza dos argumentos apresentados que apelamos a V. Exa. para a cedência do Parque Eduardo VII num quadro de exclusividade à nossa associação, em nome do sucesso da 78ª Feira do Livro de Lisboa, que pretendemos realizar entre o dia 21 de Maio e 10 de Junho.
Por fim, informamos V. Exa., que a APEL e a UEP continuam a desenvolver contactos por forma a tentar contribuir para a resolução deste impasse.
Certos que o acima exposto mereça de V. Exa. a devida consideração, agradecemos a atenção dispensada e subscrevemo-nos,
António Baptista Lopes»

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